
Carta 241Fevereiro 2025
Comentário do gestor
Prezados Coinvestidores,
Donald Trump, Presidente dos EUA, segue querendo impor tarifas sobre produtos importados do Canadá, México, União Europeia e outros países (incluindo o Brasil), mas, até o final de fevereiro, a única tarifa realmente imposta foi a de 10% para produtos da China.
No final de fevereiro, a ameaça do estabelecimento das tarifas de 25% para o México e o Canadá, e o acréscimo de 10% de tarifas sobre a China fez os mercados globais encerrarem o mês em clima de tensão.
As tarifas representam um risco direto ao crescimento dos EUA, poderão elevar a inflação americana e aumentam o risco de recessões tanto no México quanto no Canadá.
Warren Buffett disse, em entrevista à CBS News no último domingo, que a política tarifária de Trump “é, até certo ponto, um ato de guerra.” E alertou para o impacto na inflação: “Com o tempo, elas representam um imposto sobre bens. Quero dizer, a Fada do Dente não paga por elas.”
David Kelly, estrategista do J. P. Morgan explicou muito bem o impacto das tarifas: elas aumentam os preços, desaceleram a economia, diminuem a produtividade e elevam as tensões globais. De bom, elas aumentariam a arrecadação do governo americano (que também lida com déficits fiscais elevados) e poderiam impulsionar a reindustrialização dos EUA.
Apesar de toda essa tensão, acreditamos que Trump é um homem de negócios e está na verdade buscando, também, outros interesses, além de aumentar a arrecadação e defender as empresas americanas. Como experiente negociador, ele deve estar pedindo alto para conseguir o que quer mas, no final, deve atenuar os efeitos dessas tarifas, para o bem da própria economia americana.
Acreditamos que o FED (Banco Central Americano) está observando todas essas ameaças com atenção, mas que possa voltar a cortar os juros a partir da reunião de junho. Hoje, o mercado já espera um corte de 75 basis points, ou 0,75%, até o final de 2025 – e isso seria muito bom para toda economia global.
Aqui no Brasil seguimos com o orçamento de 2025 ainda não aprovado pelo Congresso – o que tem, temporariamente, limitado os gastos do Governo.
Segundo uma pesquisa Datafolha divulgada em 17 de fevereiro, a aprovação do Governo Lula caiu de 35% para 24% – nível mais baixo de seu mandato. E a reprovação avançou de 34% para 41% (sendo que em seis estados ultrapassa os 60%). Os demais (que não aprovam ou reprovam) consideram o Governo regular ou não opinaram. Tanto o índice de aprovação quanto o de reprovação são inéditos na trajetória de mandatos de Lula como Presidente. São os piores de todos os tempos até aqui.
Na última sexta-feira, 28 de fevereiro, o presidente Lula indicou a presidente do PT desde 2017, Gleisi Hoffmann, para assumir como Ministra das Relações Institucionais da Presidência da República. Ela vai substituir Alexandre Padilha, também do PT, que será o novo Ministro da Saúde, substituindo Nísia Trindade.
Na visão de alguns cientistas políticos, a mensagem é de que o final do mandato de Lula será mais petista e menos de frente ampla. Rafael Cortez, da Tendências Consultoria, diz que “Gleisi está indo para uma pasta que é o coração de articulação de um Governo cujo dilema é manter minimamente a coalizão de pé para 2026. E a escolha pela Gleisi é a escolha de uma figura politicamente muito carregada, sobretudo nessa ótica de fazer o Governo dar sinais para a centro-direita.”
E, nesse ambiente de baixa aprovação, o Governo segue postergando o ajuste fiscal necessário às contas públicas. Isso só piorará as condições para o Governo que sucederá o atual (seja ele qual for, de situação ou oposição) e para o próprio povo brasileiro.
Com tantas informações que impactam o ambiente macroeconômico mundial e brasileiro, não podemos deixar de focar no mais importante, que são os fundamentos das empresas em que estamos investindo.
Muitas delas já divulgaram os resultados completos de 2024. Iremos, a seguir, comentar um resumo de algumas delas:
A SUZANO (maior produtora, e de mais baixo custo, de celulose do mundo) teve Receita Líquida de R$ 47,4 bilhões (crescimento de 19% sobre 2023), Ebitda de R$ 23,8 bilhões (crescimento de 31% sobre 2023) e Prejuízo Líquido de R$ 7 bilhões (devido ao impacto da alta do dólar na dívida no 4T24, mas essa alta do dólar beneficiará a empresa e trará melhores resultados futuros). A ação cai 1% nos últimos 12 meses.
BANRISUL teve Receita Líquida de 17,3 bilhões (crescimento de 10,2% sobre 2023), Lucro Operacional de R$ 1,4 bilhão (crescimento de 13% sobre 2023) e Lucro Líquido de R$ 916 milhões (crescimento de 5,2% sobre o ano anterior). A ação cai 8% nos últimos 12 meses.
CARREFOUR (maior varejista alimentar do Brasil) teve Receita Líquida de R$ 115,6 bilhões (crescimento de 5% sobre 2023), Ebitda de R$ 6,1 bilhões (crescimento de 27% sobre 2023) e Lucro Líquido de R$ 1,9 bilhão (versus Prejuízo de R$ 639 milhões em 2023). A ação cai 34% nos últimos 12 meses.
ASSAÍ (segundo maior varejista alimentar do Brasil) teve Receita Líquida de R$ 73,8 bilhões (crescimento de 11% sobre 2023), Ebitda de R$ 5,5 bilhões (crescimento de 15% sobre 2023) e Lucro Líquido de R$ 769 milhões (crescimento de 8% sobre 2023). A ação cai 52% nos últimos 12 meses.
IOCHPE teve Receita Líquida de R$ 15,3 bilhões (crescimento de 2,5% sobre 2023), Ebitda de R$ 1,5 bilhão (crescimento de 21,6% sobre 2023) e Lucro Líquido de R$ 264,7 milhões (8,6 x do que os R$ 30,7 milhões de um ano antes). A ação sobe 3% nos últimos 12 meses.
VALE (maior produtora de minério de ferro do mundo) teve Receita Líquida de R$ 206 bilhões (queda de 1% sobre 2023), Ebitda de R$ 72 bilhões (queda de 11% sobre 2023) e Lucro Líquido de R$ 30,4 bilhões (queda de 25% sobre 2023). Detemos ações da Bradespar, que só detém ações da Vale e que podemos comprar com desconto em relação às ações detidas da Vale. A ação da Bradespar cai 10% nos últimos 12 meses.
BRADESCO teve Receita Líquida de R$ 202,5 bilhões (crescimento de 2,9% sobre 2023), Lucro Operacional de R$ 20,3 bilhões (crescimento de 73% sobre 2023) e Lucro Líquido de R$ 19,1 bilhões (crescendo 26,2% sobre o ano anterior). A ação cai 10% nos últimos 12 meses.
IGUATEMI apresentou Receita Líquida de R$ 1,26 bilhão (crescimento de 7,5% sobre 2023), Ebitda de R$ 937,8 milhões (crescimento de 15,4% sobre 2023) e Lucro Líquido de 399,3 milhões (crescendo 31% sobre o ano anterior). A ação cai 24% nos últimos 12 meses.
ALPARGATAS (dona da marca Havaianas) teve Receita Líquida de R$ 4,1 bilhões (crescimento de 10% sobre 2023), Ebitda de R$ 199 milhões (crescimento de 3% sobre 2023) e Lucro Líquido de R$ 110 milhões (versus Prejuízo de R$ 49 milhões em 2023). A ação cai 36% nos últimos 12 meses.
Alguns resultados ainda estão para sair durante o mês de março. Acreditamos que não teremos nenhuma surpresa negativa.
Mesmo com as receitas e lucros crescendo, muitas empresas têm visto suas ações sendo negociadas por valores inferiores a períodos anteriores.
O índice Ibovespa está, hoje, num patamar abaixo do de janeiro de 2021 – quatro anos atrás.
Mais de 100 empresas da bolsa estão com programas de recompras em aberto, ou seja, recomprando suas próprias ações, numa demonstração de que os preços estão realmente convidativos.
E, desde 2018, aconteceram 39 ofertas de fechamento de capital de empresas da bolsa brasileira.
Quando a atratividade da bolsa voltar, há quem diga que vai faltar ações.
Esperamos que sim, e que esse novo momento não demore.
Desejamos um melhor mês de março para todos, com muita saúde e paz.
Obrigado por investirem junto conosco.
Abraços a todos!
Economia
Qual é o plano?
Em economia aprendemos que tudo se move de acordo com ciclos. Há períodos de expansão e queda, bem como de boom e recessão. E o que irá diferenciar esse comportamento entre os setores ou países, é a intensidade e a periodicidade desses ciclos. Economias emergentes, que possuem maiores distorções de mercado, acabam apresentando movimentos mais intensos bem como alternando esses períodos, hora mais curtos, hora mais longos. Não é à toa que criamos a expressão “voos de galinha” e que se aplicava muito bem a uma parte da nossa história recente. Esse entendimento ajuda na definição das políticas econômicas que possam vir a mitigar os efeitos negativos que ocorrem em períodos de desaceleração da atividade econômica, como aumento do desemprego, mas não significa que os políticos irão aceitar conviver com números piores que seus concorrentes eleitorais. E isso acaba por fazer com que o que seria apenas uma desaceleração natural, se transforme em recessão forçada e que se prolongue por mais tempo, criando um enorme custo social de ajuste. Esse filme já se passou no Brasil por diversas vezes e, para evitar que se repetisse, criamos algumas travas ao longo dos anos, como a Lei de Responsabilidade Fiscal e, mais recentemente, aprovamos a independência do Banco Central. Mas, estamos no Brasil, e sempre haverá um “jeitinho” para se fazer o que se quer ou o que se acredita ser o melhor, reforçando a máxima de que, por aqui, até o passado é incerto. Foi assim que, ao final do ano de 2022, o Congresso enterrou o “Teto dos Gastos”, previsto para durar até 2026, e deu um cheque de quase R$ 300 bilhões para ser colocado no orçamento de 2023, sem se preocupar com os efeitos econômicos derivados disso. E ainda confiou que o novo Governo apresentaria algo melhor do que o “Teto dos Gastos” em algum momento do tempo, para disciplinar a Política Fiscal. Para surpresa dos fiéis ou inocentes, o que acabou prevalecendo foi um plano do tipo “Piso dos Gastos”. E o que se viu nesses dois últimos anos foi exatamente o que os livros de macroeconomia condenam: expansão de gasto público quando a economia já se encontra em um ciclo de crescimento. E qual seria o resultado esperado e que acabou se concretizando? Aumento geral de preços, porém, bem mais intenso nos itens que mais prejudicam a população de baixa renda, como os alimentos. Os sinais de agora são inequívocos: a economia já iniciou um processo intenso de desaceleração no quarto trimestre de 2024, em meio a uma piora das condições externas com impacto na taxa de câmbio e que pode contribuir para jogar mais combustível na inflação, que segue teimando em ficar fora do intervalo adotado como “aceitável” pelo sistema de metas de inflação, entre 1,5% e 4,5%. Além disso, temos um Governo sem condições políticas no Legislativo para aprovar qualquer medida econômica. Se bem que, sobre esse ponto, não sei se fico preocupado ou aliviado. Mas não dá para negar que essa falta de liderança política contamina a sociedade, o que fez os indicadores de confiança despencarem nos últimos três meses. E qual seria o remédio para essa combinação perversa de inflação pressionada, incertezas e desaceleração? Conter a demanda até que as expectativas de inflação retornem ao equilíbrio. Em muitos casos isso pode ser feito com alta nas taxas de juros, mas jogar essa responsabilidade apenas para o Banco Central representa um custo muito alto. Por isso que todos apontaram o dedo para o Governo na esperança de que fosse apresentado um plano consistente de corte de gastos que, aliás, teria um efeito muito mais imediato sobre a inflação e ainda poderia fazer retornar a credibilidade. E qual tem sido a solução proposta? Rever as metas de inflação, ou seja, se não cumprimos com o contrato, reveja o contrato. Criticar a Política Monetária e exigir corte nos juros e, o que é pior, aumentar o gasto público e incentivar o crédito subsidiado via BNDES. Há quanto tempo estamos esperando o Governo apresentar um Plano de ajuste fiscal consistente? Isso sem falar nas ideias mirabolantes de tributar exportações de alimentos imaginando que isso poderia resultar em preços menores no mercado interno. O ponto é que não se engana a economia. Ela é composta de milhares de agentes que respondem aos incentivos dados. Se está tudo bem para o Governo conviver com inflação maior, por que esperar? Os empresários irão reajustar preços agora. Os empregados irão pedir salários maiores nas negociações. Investidores vão embutir a inflação maior nos contratos financeiros. Dessa forma, o que seria apenas uma expectativa, como em um passe de mágica, vira realidade. Ah, mas o problema é o juro alto. Então corta os juros. Não precisamos ir muito longe para saber como essa novela termina. Volte até 2014. O fato é que chegamos no momento cíclico de desaceleração tendo gastado toda a munição quando o cenário era positivo. Enquanto a taxa de desemprego caia, os gastos com seguro-desemprego aumentavam. Foram criados mais benefícios sociais e feitos diversos reajustes deles. E tem mais benefício na mesa para ser aprovado. De onde vem o recurso para bancar isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil? O que se pretende tributar mais? Tudo o que se conseguiu, com muito esforço, em reduzir o tamanho do Estado nos anos anteriores, foi perdido em apenas dois anos. E ainda temos outros dois pela frente com o desafio de enfrentar um cenário adverso e sem plano. Ou talvez o plano seja governar por decreto. O Brasil não é para amadores.
Estratégia Vokin GBV Aconcágua
Comentários dos Gestores
Fevereiro parecia ser mais um mês em compasso de espera para o mercado local, que aguardava a discussão do orçamento de 2025 para depois do carnaval. No entanto, as pesquisas que mostraram a popularidade do presidente Lula desabando, com aumento da classificação de ruim e péssimo inclusive no Nordeste e entre pessoas de renda mais baixa, trouxeram à tona o debate sobre a eleição do ano que vem. A notícia, que em um primeiro momento fez a bolsa subir pela perspectiva de um novo mandatário em 2026, foi seguida de cautela pelo risco de o Presidente acelerar medidas populistas para tentar recuperar sua popularidade. Não à toa, logo depois da divulgação das pesquisas, ele fez um anúncio em rede nacional de rádio e televisão isentando de pagamento os medicamente do programa Farmácia Popular e anunciando o primeiro pagamento anual do programa Pé-de-Meia, que paga um valor mensal para alunos do ensino médio que estão inscritos no CadÚnico e um valor anual caso passem de ano. O Pé-de-Meia, porém, não está previsto no orçamento em tramitação no Congresso e precisará ser incluído, após apontamento do TCU. Além dessas medidas, Lula ainda prepara uma reformulação do auxílio-gás, a isenção de IR para quem ganha até R$5mil, novas medidas para incentivar o crédito e medidas para conter a alta de preços dos alimentos, todas a serem anunciadas em março. O auxílio-gás deve ser ampliado de 5 milhões de pessoas atendidas para 22 milhões, segundo os discursos recentes do Presidente, mas isso também necessita ser acrescentado no orçamento, caso seja realmente anunciado. A isenção de IR até R$ 5 mil deve ser enviada com uma tentativa de compensação cobrando impostos adicionais para quem ganha mais de R$50 mil, algo com aprovação incerta. Tudo isso torna o orçamento difícil de caber na meta fiscal. Além disso, o incentivo que o Presidente quer dar aos bancos públicos para que emprestem mais, principalmente no programa do consignado privado, que pretende anunciar em breve, devem atrapalhar o trabalho do Banco Central de conter a inflação.
A disputa eleitoral ainda está longe e os candidatos ainda não estão postos, o que previne uma alta em antecipação ao cenário de queda da popularidade de Lula. Em fevereiro, a PGR apresentou denúncia contra Bolsonaro e Braga Neto por tentativa de golpe de Estado, o que amplia a chance de mantê-lo fora do pleito.
No mercado externo, o principal assunto continua sendo a política tarifária de Trump, que tem diversos anúncios de alíquotas seguidos de isenções temporárias para negociação. No final de fevereiro, ampliou para 20% as tarifas para a China, mas isentou o México dos 25% novamente, até abril. Ainda não está claro o quanto essas medidas são barganhas negociais ou uma política que será seguida como forma de aumentar a arrecadação, com risco de aumento da inflação, dos juros, e retaliações. Para abril, é aguardado um amplo pacote de tarifas para todos os países que cobram mais tarifas dos EUA do que os EUA deles, como é o caso do Brasil.
O Vokin GBV Aconcágua e o Vokin GBV Aconcágua 30 fecharam com resultado de -4,44% e -4,52% no mês, enquanto o Ibovespa fechou com -2,64%.
Nesse mês, falaremos um pouco sobre a Pague Menos, que é a terceira maior empresa do varejo farmacêutico brasileiro em faturamento, possuindo 1.670 lojas, sendo mais de 1.273 em estados do Norte e Nordeste, a maior a empresa do setor naquelas regiões, e com aproximadamente 20% de market share no Nordeste. A Raia Drogasil, maior empresa desse segmento no Brasil, possui mais de 3mil lojas, sendo 589 no Norte e Nordeste. A Pague Menos vem passando por um processo de ajustes e desalavancagem desde que comprou a Extrafarma em 2022. Mais recentemente, no final de 2023, trocou o seu CEO, assumindo o Jonas Marques, o primeiro executivo de fora da família controladora a liderar o negócio. Desde que assumiu a posição, elaborou uma matriz de prioridades e elencou 19 focos de ação imediata em temas como atendimento, processos e padronização, precificação, suporte matriz-loja, manutenção e TI. Com o início da implementação dessas ações, já vimos resultados excelentes no segundo e terceiro trimestres de 2024, com as vendas acelerando e as métricas de produtividade por loja e produtividade por funcionário subindo junto. A receita por loja atingiu mais de R$700 mil por loja por mês, retomando os patamares (deflacionados) de 2021, tanto pela aceleração da venda online como pela retomada das vendas em lojas físicas. Como consequência, as margens operacionais também estão melhorando e ficaram acima de 4% (ex-IFRS16) nos dois últimos trimestres, patamar que só havia sido atingido em um breve período durante a pandemia. Acreditamos que a empresa ainda tenha frutos a colher das iniciativas que estão sendo implementadas e 2025 deve ter uma boa evolução em relação a 2024.
Para o próximo mês, será importante acompanhar as discussões sobre o orçamento de 2025 e as medidas que o Governo deve anunciar para tentar recuperar a popularidade do Lula. Também será importante monitorar as tarifas de Trump e o quanto podem ser ampliadas ou negociadas.
Vokin K2 Long Biased FIA
Comentários dos Gestores
A Suzano assinou contrato de pré-pagamento de exposição vinculado à sustentabilidade, no montante total de principal de US$ 1,2 bilhões, ao custo de SOFR + 1,45% a.a., com prazo médio de 60 meses e vencimento em 8 de março de 2031. O recurso será utilizado, junto com o caixa da companhia, na liquidação antecipada de principal de US$ 1,45 bilhão do contrato de pré-pagamento de exportação divulgado em fevereiro de 2021, cujo montante inicial era de US$ 1,5 bilhões, ao custo total de Liber + 1,15% a.a., com prazo médio de 60 meses e vencimento em 10 de março de 2027. O valor remanescente seguirá o cronograma original de vencimentos.
A Brava assinou contrato para venda de 11 concessões de óleo e gás onshore, localizadas na Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte, as quais registraram uma produção média diária de aproximadamente 250 barris de óleo equivalente em 2024. O valor total da transação é de US$ 15 milhões, cujo pagamento será feito em diversas etapas. O contrato prevê que todo o óleo produzido durante o período de transição seja vendido para a Brava e sua geração de caixa abatida do valor da transação, e que o consórcio comprador assuma a responsabilidade pelo abandono do ativo, estimado em US$ 21 milhões pela companhia. A conclusão da transação está sujeita a condições precedentes, incluindo a aprovação da ANP. A empresa também comunicou que assinou, junto a Trafigura PTE, contrato para a venda de um volume de 6MM de barris de óleo produzido pelo consórcio em Atlanta, sendo 80% da Brava e 20% da Westlawn. O contrato prevê compartilhamento de ganhos via combinações de carga, acesso a mercados específicos e linha de financiamento competitiva. A precificação do contrato está atrelada a preços de referência de bunker de baixo enxofre no mercado internacional. Ainda, a Brava assinou aditivos aos contratos para compra do petróleo cru produzido pela PetroReconcavo na Bacia Potiguar, os quais possuem duração de 24 meses e estabelecem novos critérios de precificação e volumes para a aquisição do petróleo cru da PetroReconcavo.
O Carrefour informou que o acionista controlador, formado pelo Carrefour France e pelo Carrefour Nederland, submeteu à administração da companhia uma proposta para converter a empresa em subsidiária integral, com a deslistagem da companhia do Novo Mercado e a migração de seu registro na CVM de companhia aberta Categoria “A” para emissor Categoria “B”. Na proposta, cada ação ordinária do Carrefour será substituída por uma ação preferencial classe A, B ou C de emissão do CSA, escritural e sem valor nominal, sendo critério de cada acionista a escolha da classe de ações. Na relação de troca proposta, cada ação classe A será resgatada mediante pagamento em dinheiro ao seu titular de R$ 7,70, cada ação classe B será resgatada mediante a entrega de 0,04 ações ordinárias de emissão do CSA, admitidas à negociação na bolsa de Paris, ou 0,04 BDR Nível 1, além de pagamento em dinheiro de R$ 3,85 ao seu titular, e cada ação classe C será resgatada mediante a entrega de 0,09 ação CSA ou 0,09 BDR.
A Iochpe comunicou o pagamento de juros sobre capital próprio e dividendos, no montante total de R$ 99 milhões. Serão distribuídos R$ 0,12 por ação aos acionistas que possuíam ações da companhia em 01 de julho de 2024, R$ 0,38 por ação para os acionistas que possuíam ações da companhia em 01 de outubro de 2024, e R$ 0,19 por ação, correspondentes a dividendos referentes aos resultados do exercício social de 2024. Todos os pagamentos serão realizados em 02 de abril de 2025.
O Bradesco informou a conclusão da transação com a John Deere para a aquisição, por meio de uma de suas controladas indiretas, de 50% de participação no capital social do Banco John Deere S.A. Em outro comunicado, o banco reportou o cancelamento de mais de 50 milhões de ações que estavam em tesouraria, as quais foram adquiridas por meio do programa de recompra vigente desde novembro de 2023. A companhia também anunciou suas projeções de crescimento para o ano de 2025, nos setores de Carteira de Crédito Expandida (4% a 8%), Receitas de Prestação de Serviços (4% a 8%), Margem Financeira Líquida (R$ 37 a R$ 41 bilhões; aumento médio de 15%), Despesas Operacionais (5% a 9%) e Resultados das Operações de Seguros (6% a 10%).
A Alpargatas anunciou o pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio, sendo o montante bruto de R$ 68,7 milhões. Sob a forma de dividendos, será distribuído o valor de R$ 17,1 milhões, sendo R$ 0,02 por ação ordinária e preferencial, enquanto sob a forma de JCP, o montante bruto a ser distribuído é de R$ 51,5 milhões, sendo R$ 0,7 por ação ordinária e preferencial. Os pagamentos contemplarão os acionistas detentores de ações da companhia em 27 de fevereiro de 2025.
A Minerva apresentou à autoridade concorrencial uruguaia um novo pedido de autorização para a aquisição de três plantas de propriedade de controladas da Marfrig no Uruguai, localizadas em San José, Salto e Colonia. A nova estrutura proposta prevê a aquisição das plantas de San José e Salto, condicionada à imediata venda da planta em Colonia para o Allana Group.
Vokin Everest FIC FIM
Comentários dos Gestores
O aumento das tensões geopolíticas dominou as notícias no mês de fevereiro, com o início da implementação das políticas tarifárias de Donald Trump, além de novas ameaças pelo Presidente, inclusive com diversas sinalizações de retaliação pelos países que serão afetados neste primeiro momento (Canadá, México, China e União Europeia). Paralelo a isso, a nova postura dos Estados Unidos com relação à tentativa de mediar o conflito entre Rússia e Ucrania trouxe um novo foco de instabilidade. Esses temas, cujos desdobramentos têm impacto direto no comércio internacional, inflação e preços de algumas commodities, trouxe bastante volatilidade para os mercados financeiros.
Em meio a esse contexto, os Estados Unidos seguem apresentando níveis positivos de atividade, porém com persistência inflacionária e alguns sinais de que o mercado de trabalho, apesar de ainda robusto, já apresenta indicações de desaceleração. Os títulos de dez anos do governo cederam para taxa próxima a 4,20%, patamar observado em dezembro, e o índice dólar apresentou desvalorização no mês, assim como os principais índices acionários do país, afetados por resultados corporativos mistos e revisões para baixo nas projeções de lucro.
No Brasil, o cenário macroeconômico global mais complexo se somou aos desafios particulares do país. Alguns indicadores mostraram sinais mais fracos na atividade econômica, principalmente comércio e serviços, ao mesmo tempo em que as projeções de inflação continuam sendo revisadas para cima com o mercado de trabalho aquecido. Em meio à queda de popularidade, o Presidente Lula anunciou medidas para tentar reverter esse quadro, ampliando benefícios nas áreas de saúde e educação, assim como investimentos para a retomada da indústria naval. Também foram anunciadas alterações em cargos importantes do Governo Federal, como no Ministério da Saúde e na Secretaria de Relações Institucionais, ainda com expectativa de que novas trocas poderão ocorrer. Os anúncios trouxeram uma piora na percepção do risco fiscal dado que não foi feita nenhuma sinalização no sentido de redução nos gastos.
Após ter iniciado o ano com desempenho favorável, o Ibovespa teve um movimento de realização e encerrou o mês com queda de 2,64%, o dólar se valorizou 0,76% frente ao real e ocorreu fechamento na curva de juro real, representando alta de 0,50% para o índice IMA-B.
O fundo Everest encerrou o mês com rentabilidade de +0,23%, ante +0,99% do CDI, acumulando em 12 meses alta de +6,98% ante +11,12% do CDI. O cenário volátil no curto prazo tem sido um desafio para as alocações dos fundos multimercado macro, podendo ser observado pelo elevado grau de dispersão de resultados entre os fundos, e ainda com impacto negativo no mês dos fundos com maior exposição em renda variável. Destaques positivos no mês para os fundos multimercado macro Genoa Radar (+1,12%) e SPX Nimitz (0,97%), assim como do fundo de ações long & short Ibiúna STLS (+1,10%). Os piores desempenhos foram do fundo de ações long only GBV Aconcágua (-4,52%) e dos multimercados macro Kinea Atlas (-1,06%) e Gávea Macro Plus (-0,31%).
Não foram feitas alterações na carteira em fevereiro.
No mês de janeiro foram feitas duas alterações na carteira: o resgate total do fundo Clave Alpha Macro em função de seu desempenho relativo aos pares e uma nova alocação em títulos públicos pré-fixados de curto prazo (LTN 2026).
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