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Carta 235Agosto 2024

Comentário do gestor

Prezados Coinvestidores,

Em agosto, tivemos uma pequena melhora em nossos resultados, tanto nos fundos de ações, como em nosso fundo multimercado.

Como mencionado na frase que escolhemos para a carta neste mês, a base do investimento em valor é que preço é uma coisa; valor, é outra, e que, na maior parte do tempo, os preços das ações no mercado não correspondem ao seu devido valor.

O mercado é muito influenciado por notícias de curto prazo, pelo humor dos investidores e por muitos vieses comportamentais que não têm nada a ver com os resultados das empresas. O mercado, como dizia Benjamin Graham, é maníaco depressivo, oscilando muito entre a euforia e o pessimismo por motivos que, na maioria das vezes, não têm tanta influência no dia a dia e nos resultados das empresas.

Nesse mês, tivemos a conclusão da divulgação dos resultados das empresas, referentes ao segundo trimestre de 2024.

Os resultados vieram, na maioria, em linha ou melhores do que estimávamos e melhores do que um ano atrás. Apesar disso, muitas das suas ações estão, hoje, em patamar abaixo de um ano antes e algumas bem descontadas em relação ao valor que entendemos justo.

A melhora do humor do mercado nas bolsas mundiais e na bolsa brasileira aconteceu especialmente pelo cenário macro econômico mundial.

A expectativa de que o Banco Central Americano irá iniciar um período de corte de juros a partir do dia 18 de setembro, depois de um longo período de juros altos nos EUA e no mundo, animou os mercados globais.

Em agosto, os investidores estrangeiros voltaram às compras também no Brasil e investidores estrangeiros mais compraram do que venderam R$ 10 bilhões na Bolsa brasileira no mês. No ano, o saldo ainda é negativo, com mais vendas do que compras, somando R$ 26 bilhões até aqui neste ano.

O corte de juros nos EUA, sem recessão, é historicamente positivo para os mercados emergentes e é esperado. Além dos EUA, outros bancos centrais vão cortar juros até o final de 2024, também beneficiando mercados emergentes, salvo acontecimentos que possam piorar o humor dos investidores globais.

Embora o mercado seja focado no curto prazo, o mercado brasileiro de ações tem, atualmente, empresas com resultados sólidos e valuations atrativos, apresentando boas oportunidades de investimento, especialmente em empresas de médio e baixo valor de mercado, que costumam performar pior quando o mercado está com menor liquidez.

Enquanto o Ibovespa, principal índice de ações brasileiro, formado pelas empresas de maior valor de mercado e liquidez, ficou levemente positivo no ano, o índice SMLL, de empresas chamadas “Small Caps” da Bovespa, está com -9,69% até o final de agosto.

Como sempre dizemos, nós não controlamos os preços do mercado e o humor dos investidores. E, muito menos, o cenário macroeconômico. Nós somente focamos naquilo que podemos controlar: nossas análises e valuations, os preços que pagamos e nossas emoções. Entendemos que as empresas em que estamos investindo estão baratas e com fundamentos econômicos melhorando, com crescimento nos lucros e geração de caixa. No final, o que realmente importa, muito mais do que os preços das ações, são os fundamentos econômicos.

Aproveitaremos para relatar aqui um pouco dos resultados do segundo trimestre das empresas em que estamos investindo:

  1. Suzano: Apesar do prejuízo contábil, devido à variação cambial da dívida, o Ebitda foi de R$ 6,3 bilhões, 38% maior do que o 2T23. O destaque no trimestre foi a queda do custo por tonelada em 10%, para R$ 828,00. O preço da ação no final de agosto era de R$ 55,00 enquanto o preço que consideramos justo é de R$ 87,00. A média dos analistas do mercado entende que o preço justo é R$ 71,10.
  2. 3R Petroleum (cujo nome mudará para Brava Energia): Assim como Suzano, a 3R apresentou um prejuízo contábil exclusivamente pela variação da dívida em dólar, mas o Ebitda do 2T24 foi de R$ 850 milhões, 4,3x maior do que o valor do 2T23. O destaque foi o crescimento de produção para 46,6 mil barris de petróleo por dia, 64,3% acima do mesmo período do ano anterior. O preço da ação, no final do mês, estava em R$ 26,37, e o preço que consideramos justo é o de R$ 48,00, enquanto a média do mercado tem com preço alvo os R$ 52,00.
  3. Carrefour: O Carrefour apresentou lucro de R$ 391 milhões no 2T24, comparado com um prejuízo de R$ 203 milhões no 2T23. O Ebitda foi de R$ 1,8 bi, 45,5% maior do que no ano passado. O destaque no trimestre foi o aumento de vendas após iniciativas para incentivá-las. O preço da ação, no final de agosto, era de R$ 8,97, enquanto o preço que consideramos justo é de R$ 15,70. A média dos analistas entende que o preço justo é de R$ 14,70.
  4. Iochpe Maxion: No 2T24, a Iochpe apresentou R$ 388,9 milhões de Ebitda, crescendo 7% em relação ao mesmo período de 2023. O lucro líquido foi de R$ 36,9 milhões, impactado também pela variação cambial da dívida já que, aproximadamente, 70% da receita da empresa é em outras moedas. O destaque ficou por conta das renegociações de preço junto às montadoras, elevando a margem Ebitda para acima de 10% e convergindo para o patamar histórico de 11%, depois de ter ficado abaixo de 9% por um tempo. O preço da ação no final de agosto era de R$ 11,57 e enxergamos um valor justo de R$ 19,00, enquanto a média dos analistas está em R$ 15,30.
  5. Banrisul: No 2T24 o Banrisul apresentou lucro líquido de R$ 247 milhões, 9,3% maior do que no 2T23. O ROE foi de 9,9%, 0,3% maior do que o mesmo período do ano anterior. É bom lembrar que esse ROE é sobre o valor patrimonial do banco, de R$ 10,1 bilhão, mas o valor de mercado do banco hoje é de R$ 5,3 bilhões, um pouco mais da metade do seu valor patrimonial. Desta forma o resultado sobre o valor de mercado é próximo de 20% ao ano. O destaque no trimestre foi a menor provisão de crédito para devedores duvidosos. O preço da ação no final do mês estava em R$ 12,50, enquanto o preço que consideramos justo é de R$ 17,20. A média dos analistas entende que o preço justo é R$ 15,30.
  6. Ser Educacional: A Ser apresentou lucro líquido de R$ 48,8 milhões, 55,7% maior do que no 2T23. O Ebitda foi de R$ 158,2 milhões, 11% maior. O destaque no trimestre foi o aumento do número de vagas de medicina, após a decisão favorável do STF. O preço da ação era de R$ 6,45 no final de agosto, enquanto o preço que consideramos justo é R$ 12,40. A média dos analistas entende que o preço justo é de R$ 8,10.
  7. Blau Farmacêutica: A Blau apresentou R$ 52 milhões de lucro e R$ 91 milhões de Ebitda, um pouco abaixo do 2T23. O destaque foi a retomada operacional, com melhora em relação ao primeiro trimestre do ano, crescendo Ebitda 41% e melhora no ciclo de caixa em 15 dias, com receita recorde de R$ 465 milhões. O preço da ação no final do mês estava em R$ 13,97 e enxergamos como justo R$ 20,80. A média dos analistas entende como justo o preço de R$ 19,10.
  8. Assaí: Apresentou lucro de R$ 123 milhões, 21% menos do que o 2T23. O Ebitda foi de R$ 1,3 bilhões, 17,2% melhor. O destaque do trimestre foi o aumento da margem bruta. O preço da ação no final do mês era de R$ 9,57. Entendemos hoje que o valor justo é de R$ 14,30. O preço justo da média dos analistas é de R$ 17,30.
  9. Pague Menos: A Rede de farmácias Pague Menos apresentou lucro líquido de R$ 32,6 milhões, comparado a um prejuízo de R$ 37,3 milhões do 2T23. O Ebitda foi de R$ 295 milhões, 18,5% maior do que o mesmo período do ano anterior. O destaque do trimestre foi o bom aumento de vendas mesmas lojas após as iniciativas de reformas em lojas, conversões de lojas Extrafarma para Pague Menos e treinamento dos funcionários, implementado pelo novo CEO. O preço da ação no final do mês era de R$ 3,08, enquanto o preço que consideramos justo é de R$ 5,80. O preço médio dos analistas está em R$ 4,00.
  10. Bradespar: A Bradespar é uma holding que detém ações da Vale e é uma forma mais econômica de comprar Vale, que apresentou lucro de R$ 2,8 bilhões no 2T24, 210% maior do que o 2T23. O Ebitda foi de R$ 4 bilhões, semelhante ao do 2T23. O destaque do trimestre foi a alta de 7% no volume vendido de minério de ferro, para 79,8 milhões de toneladas. O preço da ação da Bradespar, no final de agosto, era de R$ 19,47, enquanto entendemos que o preço justo hoje é de R$ 27,60.

Quando falamos dos preços justos das médias dos analistas acima, nos referimos à média dos preços justos de todos analistas que encontramos no Refinitiv, fornecedor global de dados para o mercado financeiro.

Durante o mês de agosto, as ações da Blau e Ser Educacional subiram +34,85% e +23,09%, respectivamente, mas ainda acumulam quedas de -13,66% e -17,94% até aqui no ano.

Citamos essas oscilações somente para demonstrar que as oscilações de preços no mercado normalmente não têm relação direta com os resultados das empresas.

Nosso foco é no resultado e nas operações das empresas. Os preços nós não controlamos, e ninguém controla.

O que sabemos é que se os resultados das empresas forem bons, com o tempo, os preços das ações acompanharão.

E que, muitas vezes, temos que ter paciência para que isso aconteça.

Desejamos um ótimo e melhor mês de setembro para todos nós, com saúde e paz.

Obrigado por investirem junto conosco.

Economia

Por dentro do Mercado de Trabalho no Brasil

A melhor forma de entender as tendências em uma sociedade é utilizando dados que mostram um comportamento de longo prazo, evitando conclusões precipitadas com variações conjunturais. Um dos movimentos que já é bem entendido de todos é que a população brasileira adentrou, há muito tempo, em uma trajetória de menor crescimento, fruto de mudanças comportamentais relacionadas ao matrimônio e à escolha por número de filhos. Nem mesmo a melhora da expectativa de vida, de 66,9 anos em 1991, para 75,5 anos, tem sido capaz de evitar essa tendência devido à forte queda do número de filhos por mulher (era 2,9 e agora está em 1,6 para o mesmo período). O efeito imediato desse movimento ocorre no mercado de trabalho. Aqui, as estatísticas consideram que a força de trabalho é composta por pessoas com idade acima de 14 anos, sem limite superior. Em 2012, esse estoque estava em 154 milhões de pessoas e, hoje, em 176 milhões, uma alta de 22 milhões (+1,1% ao ano) e que ajuda a entender o conceito de bônus demográfico, mas que, infelizmente, já deixamos para trás. Tudo na economia pode funcionar melhor quando se tem possibilidade de achar pessoas dispostas a produzir. Imagine que você seja um empresário e pensa em investir para gerar milhares de empregos. Em um cenário em que há maior oferta de mão de obra, não teremos dificuldades em encontrar trabalhadores (veja que não estou considerando a qualificação, outro elemento importante). Agora, por outro lado, com menor oferta de trabalho, essa dificuldade irá resultar, inevitavelmente, em salários maiores e, se isso prejudicar a competitividade da empresa, ela não irá concluir seu investimento. Isso afeta, em especial, atividades que sofrem com concorrência internacional como a indústria mas muito menos, ou quase nada, para segmentos relacionados a serviços, como transporte, serviços prestados às famílias como bares, restaurantes, delivery, serviços domésticos e outras atividades como a construção civil. E o que os números mostram? Nesses últimos 12 anos, o total de pessoas empregadas na indústria é menor em 330 mil, perdendo apenas para as atividades ligadas à agropecuária, produção florestal e pesca, com 2,4 milhões a menos. Todos os demais segmentos têm mais pessoas ocupadas, com destaque para o grupo que contempla funcionários públicos, área da saúde e educação, com 4,1 milhões, e as pessoas que atuam em áreas administrativas, imobiliárias, financeiras e TI, com 3,5 milhões. Outra mudança interessante que ocorreu nessa última década diz respeito à posição na ocupação, com 5,5 milhões de pessoas a mais trabalhando por conta própria, totalizando 25,4 milhões. E, no ritmo que evolui (+2,1% ao ano), em menos de 3 anos já será possível termos mais pessoas ocupadas por conta própria do que com carteira assinada no setor privado. Veja como essa escolha do perfil de ocupação confronta o modelo de emprego e de previdência social que ainda vigora no país. A maior parte dessas pessoas que trabalham por conta própria não tem interesse em contribuir para o INSS e, muito menos, de ter a rigidez imposta pelas regras trabalhistas da carteira assinada. E o mais interessante ainda: para cada 1 que tem
CNPJ, há outros 3 que não possuem, o que, claro, pode ser visto como uma oportunidade com a formalização, reforçando a tese de que precisamos dar sequência à Reforma Trabalhista. Não com o intuito de levar essas pessoas para a carteira assinada mas, sim, incentivando mais ainda a liberdade na oferta dessa mão-de-obra com concomitante redução de custos. E mais importante ainda: essa discussão deve ser conduzida junto com um novo modelo de previdência social como também com a Reforma do Estado. Isso porque se, de um lado é positivo que mais pessoas estejam procurando trabalhar por conta própria, por outro, a tendência de aumento no número de pessoas empregadas no Setor Púbico (+1,1% ao ano) ainda é alta, superando, inclusive, a taxa de crescimento da população (+0,8%). O emprego no Setor Público, inclusive, consegue explicar a maior parte da atual queda do desemprego, que passou de 7,5% (fevereiro a abril) para 6,8% (maio a julho). São 424 mil pessoas a mais trabalhando para o Estado brasileiro. Podemos fazer um exercício simples considerando esse número nulo. Nesse caso, a taxa de desemprego atual subiria para 7,2%. Ainda há uma robustez no mercado de trabalho no Brasil, mas nem tão significativa assim. E com um detalhe, desse total a mais contratado pelo estado, cerca de 53% (227 mil pessoas) é sem carteira de trabalho assinada. Possivelmente o fato de ser ano eleitoral nos municípios ajude a inflar os números, e existe uma chance grande desse contingente ser desligado daqui uns meses, impactando na taxa de desemprego.

Estratégia Vokin GBV Aconcágua

Comentários dos Gestores

Agosto foi um mês positivo para a bolsa brasileira e para as principais bolsas do mundo, mas o mês não foi uma linha reta para cima. Nos primeiros dias, as bolsas caíam, o real se desvalorizava em meio a receios de que a economia americana poderia entrar em recessão depois de dados econômicos mais fracos e taxa de desemprego pior que o esperado. Nesse momento, as ações japonesas despencavam e houve o encerramento de muitas operações de carry trade, quando investidores tomam dinheiro em países com taxas de juros baratas – como no Japão – e aplicam em países com taxas altas, como o Brasil. Esse movimento, dos japoneses levarem o dinheiro de volta para o seu país, a fim de pagar seus empréstimos, levou a uma depreciação adicional do real. Com o dólar acima de R$5,70, veio o receio da inflação e a possibilidade de serem necessários mais aumentos de juros, com o mercado já desconfiado da credibilidade fiscal do Governo e com receio da sucessão no banco central.

A partir da segunda semana do mês, as coisas começaram a melhorar, com números de seguro-desemprego melhores nos EUA e com as falas de Gabriel Galípolo, diretor do BC do Brasil e, até então, possível sucessor de Roberto Campos na presidência da instituição, que, no final do mês, teria sua indicação confirmada pelo presidente Lula. Galípolo disse em um evento que o balanço de riscos estava tendendo a uma necessidade de aperto maior na política monetária, sinalizando que as próximas decisões deveriam ser de aumento dos juros. Com essas falas, acalmou o receio do mercado de que, como possível presidente da autoridade monetária, não teria independência em relação às pressões de quem o indicaria. Esses dois fatores fizeram as ações subirem. As falas de Jerome Powel, do BC americano, no simpósio de Jackson Hole no final do mês, deixando em aberto a possibilidade de uma redução de até 0,5% já no primeiro corte de juros, em setembro, também contribuíram.

Do lado fiscal, no entanto, as dúvidas ainda persistem. Estão pendentes de aprovação na Câmara dos Deputados as medidas que o Senado aprovou em agosto para compensar a desoneração na folha de pagamentos. As medidas compensatórias devem impactar, majoritariamente, o ano de 2024, pois muitas das receitas acontecem uma só vez, como é o caso do Refis de multas de agências reguladoras, da repatriação de recursos mantidos no exterior, da atualização de imóveis no IR e do uso de depósitos judiciais esquecidos. Portanto, ainda há problemas para os anos seguintes até 2028, quando acaba a desoneração. Outro projeto com impacto nas finanças é o da renegociação de dívidas dos Estados com a União, aprovado pelo Senado, que traz juros menores e um teto de gastos mais flexível, o que também tem impacto na dívida consolidada do setor público. O projeto segue para a Câmara dos Deputados agora. Por último, o Governo enviou para o congresso o orçamento para o ano de 2025, com receitas superestimadas e despesas subestimadas, segundo diversos economistas. A maioria aponta para déficit no ano que vem. Há incertezas devido ao grande volume de receitas extraordinárias e as despesas da Previdência Social devem ser bem maiores que o previsto. O Governo ainda deve enviar proposta para aumentar as alíquotas de CSLL e de juros sobre o capital próprio para o ano que vem.

O Vokin GBV Aconcágua fechou o mês com resultado de 4,82% e o Vokin GBV Aconcágua 30 com resultado de 4,83%, enquanto o Ibovespa fechou com 6,54%.

Em agosto, uma das empresas da carteira que teve bom desempenho foi a Ser Educacional, uma das maiores empresas de ensino superior do Brasil, com operação em todo o país, mas com maior concentração nas regiões Norte e Nordeste. Possui 336 mil alunos matriculados, sendo 161 mil no ensino híbrido, 169 mil do EAD e 3.300 em Medicina. A empresa passou por uma transformação importante após a pandemia que alterou a dinâmica do setor: o mercado privado híbrido-presencial caiu de 4,2M de alunos matriculados em 2019, para 3,2M em 2022, uma queda de 24%. Os alunos EAD aumentaram de 1,5M para 3M no mesmo período. Como o ticket médio do aluno à distância é quase 10x menor que o híbrido, a receita total do setor caiu após a pandemia. Não bastasse isso, com a ociosidade das salas e professores decorrente desta mudança, as empresas ampliaram descontos para tentar preencher as vagas em aberto, prejudicando ainda mais a receita do setor. Esse movimento foi similar ao que aconteceu após a diminuição significativa do FIES a partir de 2015 e que diminuiu a rentabilidade do setor por quase 4 anos, até toda base de alunos se modificar. Agora, em 2024, 3 anos após a pandemia e após um plano de otimização operacional, em que entregou prédios, enxugou cursos e diminuiu estrutura, a Ser começa a apresentar melhor rentabilidade em sua operação. O destaque recente se deu pela abertura de mais vagas de medicina, que a companhia pleiteava através de liminares há alguns anos. A decisão favorável do STF, que definiu que as vagas deveriam seguir a Lei do Mais Médicos, mas condicionadas a processos administrativos na justiça que haviam ultrapassado a fase inicial de análise documental, beneficiou as 13 liminares que a Ser tinha. 12 delas já haviam recebido visita do MEC e tinham notas 4 ou 5 (em escala que vai até 5). Em julho, a empresa conseguiu suas primeiras 240 vagas. 4 pedidos foram indeferidos pelo MEC e a Ser entrou na justiça para contestar a decisão, e ainda restam 4 pedidos para serem analisados. As medicinas têm mensalidade média de R$9mil por mês, com mais de 60% de margem EBITDA, representam quase 20% da receita da empresa e podem atingir 1/3 da receita se as 761 vagas atuais atingirem a marca de 1.100 vagas que estimamos para 2026. Cada vaga representa, em média, 6 alunos, já que o curso dura 6 anos.

Para os próximos meses, devemos principalmente, à tramitação do projeto de lei do orçamento da união para 2025 e o ritmo de queda de juros nos EUA, que vai influenciar os juros aqui no Brasil.

Vokin K2 Long Biased FIA

Comentários dos Gestores

O Bradesco anunciou um acordo de investimentos com a John Deere Brasil, subsidiária integral da Deere & Company, uma das líderes mundiais no fornecimento de equipamentos para agricultura, construção e silvicultura. Por meio do acordo, o Bradesco irá fazer um aporte de capital para deter 50% de participação do Banco John Deere S.A., buscando fortalecer o posicionamento do banco nos setores de agronegócio e construção.

O Banrisul publicou uma revisão de suas projeções para os indicadores de performance de 2024. As projeções revisadas são as que seguem: Carteira de Crédito Total, de “2% a 7%” para “3% a 8%”; Margem Financeira, de “25% a 30%” para “18% a 23%”; Despesa de Provisão Crédito sobre a Carteira de Crédito, de “2,5% a 3,5%” para “2% a 3%”; e Despesas Administrativas, de “6% a 10%” para “5% a 9%”.

A Minerva informou que o CADE divulgou um parecer recomendando ao Tribunal Administrativo de Defesa Econômica a aprovação da operação referente à aquisição dos estabelecimentos industriais e comerciais de propriedade da Marfrig no Brasil pela Minerva, mediante a celebração de um Acordo em Controle de Concentrações. Em outro comunicado, a companhia anunciou a aquisição de 98% das ações ordinárias da Irapuru II Energia, subsidiária da Elera Energia. A operação foi avaliada em R$ 20 milhões e tem como objetivo a implementação do projeto de autoprodução de energia por fonte fotovoltaica em Janaúba, Minas Gerais, gerando energia suficiente para abastecer parte do consumo de 9 de suas plantas no Brasil.

A Pague Menos atualizou a projeção do índice de endividamento líquido e a projeção de captura de sinergias Extrafarma para 2024. Na revisão realizada, a projeção do índice de endividamento líquido passou de “até 1,7x” para “até 2,0x” em 31 de dezembro de 2024. Esta revisão foi motivada pelas mudanças no cenário macroeconômico desde a data da projeção original e pela atualização no planejamento orçamentário da companhia. Ainda, de forma a incorporar a inflação acumulada no período, a projeção de captura de sinergias com a Extrafarma até 31 de dezembro de 2024 passou de “R$ 180 milhões a R$ 275 milhões” para “R$ 195 milhões a R$ 260 milhões” em EBITDA incremental, em bases anuais.

A Viveo anunciou a criação da Insuma, sua nova marca que abrange as farmácias de manipulação de soluções injetáveis estéreis Famap, Nutrifica, Proinfusion, Life, Hospharma, Sollus, Aporte e Seven, todas do ecossistema da Viveo. A Insuma contará com nove unidades, localizadas em Brasília, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Ribeirão Preto e Curitiba. Ela irá atenderá hospitais, clínicas e pacientes, trabalhando na manipulação de soluções injetáveis estéreis, personalizadas, completas e precisas, para oncologia e terapias infusionais, nutrição parenteral e enteral, oftalmologia e nefrologia.

A 3R anunciou a consumação da operação envolvendo a incorporação da Maha Holding e das ações da Enauta em 31 de julho de 2024. Com isso, foi encerrada a negociação das ações de emissão da Enauta na B3 e se iniciou a negociação das ações da 3R emitidas em decorrência da incorporação das ações da Enauta. Em outros comunicados, a empresa informou a atualização de seus ratings pela FitchRatings e pela S&P. A Fitch elevou os ratings de longo prazo da companhia e atribuiu uma perspectiva estável, enquanto a S&P elevou o rating de emissão em escala nacional e o rating das emissões de debêntures unsecured pela 3R, atribuindo uma perspectiva positiva.

A Suzano comunicou a conclusão do programa de recompra de ações da companhia iniciado em janeiro de 2024, adquirindo 40 milhões de ações ao preço médio de R$ 54,81/ação, perfazendo R$ 2,1 bilhões. Em outro comunicado, a companhia informou a aprovação do cancelamento de 40 milhões de ações ordinárias que estavam em tesouraria, sem alteração no capital social da empresa. Adicionalmente, a companhia anunciou um novo programa de recompra de ações, com a possibilidade de a Suzano adquirir até 40 milhões de ações ordinárias de sua própria emissão, com prazo máximo de 18 meses, encerrando em fevereiro de 2026.

Vokin Everest FIC FIM

Comentários dos Gestores

Logo nos primeiros dias de agosto, os mercados financeiros mundiais tiveram um movimento atípico de aumento de volatilidade iniciado no Japão, onde um pequeno aumento na taxa básica de juros levou ao desmonte de um volume expressivo de operações que envolviam, de forma simplificada, compra de ativos de risco globais contra a venda de yen, movimento que valorizou a moeda do país frente ao dólar e levou o principal índice da bolsa japonesa, o Nikkei, a sofrer uma queda diária de 12%, a maior desde 1987. No mesmo dia, as bolsas nos Estados Unidos tiveram quedas importantes, sendo que o principal indicador de volatilidade do índice S&P500 (VIX) atingiu o maior patamar desde a pandemia da Covid-19. A preocupação de que isso desencadeasse um movimento mais expressivo de aversão ao risco global acabou se dissipando de forma rápida, tendo inclusive o próprio índice Nikkei recuperado praticamente toda aquela queda diária ao longo do mês.

Nos Estados Unidos, a piora nos dados de desemprego geraram alerta de que o país possa iniciar um processo de desaceleração econômica mais rapidamente, o que, aliado a indicadores inflacionários relativamente estáveis, fizeram com que o presidente do Banco Central, Jerome Powell, sinalizasse de forma mais clara de que o tão esperado início do ciclo de cortes na taxa básica de juros deve iniciar em setembro. O cenário mais provável é de redução de 0,25 p.p na próxima reunião.

No Brasil, um dos destaques do mês foi o desempenho da bolsa, com o Ibovespa atingindo seu maior patamar histórico, impulsionado, principalmente, por um momento favorável no cenário global, o que proporcionou mais um mês com aportes importantes de investidores estrangeiros na bolsa brasileira, além da divulgação de resultados positivos pelas empresas referentes ao segundo trimestre do ano. O Ibovespa fechou em alta de 6,54% em agosto, melhor desempenho mensal desde novembro do ano passado, ainda que no ano a alta seja de apenas 1,36%. Esse fluxo de capital estrangeiro também favoreceu na desvalorização do dólar frente ao real que, após ter atingido cerca de R$ 5,75 no início do mês, chegou a R$ 5,41 no melhor momento, porém acabou encerrando com queda de apenas -0,70%. Apesar desse movimento positivo, o mês encerrou com mais uma notícia negativa com relação ao cenário fiscal do país, tendo o déficit primário do setor público registrado R$ 21,3 bilhões em julho, bastante pior que as expectativas do mercado.

O fundo Everest encerrou o mês com rentabilidade de +1,17%, ante +0,87% do CDI, acumulando, no ano, alta de +3,26% ante +7,10% do CDI. As principais contribuições de performance no mês vieram das posições em renda variável no Brasil, inclusive como parte das estratégias nos fundos multimercado macro. Destaques positivos para o fundo de ações long only GBV Aconcágua (+4,83%), do multimercado macro Kapitalo Zeta (+4,38%) e do fundo de ações long biased IP Value Hedge (+2,70%). Dois fundos tiveram desempenho negativo no mês, o fundo de ações long & short Ibiúna STLS (-1,29%) e o multimercado macro Gávea Macro (-0,36%). Em agosto foi feito aumento da posição em juros reais no Brasil através de fundo que replica o índice IMA-B.

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