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    Carta 233Junho 2024

    Comentário do gestor

    Prezados Coinvestidores,

    Apesar do resultado positivo, no mês, em nosso Fundo de Ações Vokin GBV Aconcágua e em nosso Fundo Multimercado Vokin Everest, temos passado dias difíceis no mercado brasileiro – e tendo nossas emoções testadas.

    Enquanto as bolsas mundiais batem recordes sobre recordes, aqui temos a pior bolsa de valores do mundo neste ano de 2024.

    As ações das empresas brasileiras estão baratas. O Ibovespa está sendo negociado a uma relação Preço/Lucro de 9,1 vezes em bases históricas e 7,7 vezes o resultado esperado para o próximo ano, com um rendimento de dividendos de 6,8% em uma base de 12 meses.

    Todas as empresas do Ibovespa estão valendo R$ 3,4 trilhões, um pouco mais do que U$ 600 bilhões, pela cotação atual.

    A título de comparação, as ações da Microsoft, da Apple e da Nvidia valem, cada uma, mais de U$ 3 trilhões, ou seja, cada uma dessas empresas, individualmente, vale hoje mais do que 5x a soma de todas as empresas brasileiras do índice Ibovespa.

    Enquanto o Ibovespa negocia numa relação Preço/Lucro de 9,1 vezes em bases históricas, Microsoft, Apple e Nvidia negociam com múltiplos de 38, 33 e 72 vezes o lucro, respectivamente.

    Mas por que as ações das empresas brasileiras estão baratas e valendo múltiplos abaixo da média histórica de seus resultados? Pelo sentimento de aversão ao risco e por falta de compradores!

    Os maiores compradores de ações no Brasil são justamente os investidores estrangeiros, seguidos pelos investidores institucionais (fundos de pensão) e, depois, por pessoas físicas.

    Investidores estrangeiros já retiraram R$ 41 bilhões da Bolsa brasileira neste ano. Juros altos por mais tempo nos EUA (entre 5,25% e 5,5% ao ano) explicam parte desse movimento, mas a principal razão é o aumento da percepção do risco fiscal brasileiro.

    A piora das contas públicas, a dificuldade do governo em cortar gastos para atingir as metas do Arcabouço Fiscal (que previa um aumento de despesas contando com um aumento de arrecadação) e o risco do aumento da dívida pública tem levado a uma crônica falta de credibilidade na política fiscal brasileira.

    Investidores Institucionais locais, por sua vez, tem à disposição, nesse cenário, títulos públicos com remunerações que atingem as suas metas atuariais. E as pessoas físicas são tentadas a migrar investimentos para a renda fixa, com Selic em 10,5% ao ano, NTN-Bs com juros reais acima de 6% e com o aumento da volatilidade no mercado de ações.

    Já vivemos períodos como esse no passado, especialmente em 2015 e 2016, quando os juros futuros locais estavam subindo sem parar.

    A situação econômica hoje não é tão crítica como em 2015 e 2016, mas a preocupação do mercado financeiro com a questão fiscal é parecida.

    Em junho, o Real desvalorizou 6,43% em relação ao Dólar, período em que o Dólar valorizou apenas 1,1% frente a uma cesta de moedas. No ano o Real acumula 15,43% de desvalorização frente ao Dólar até o final de junho.

    Cada vez que o Presidente da República fala mal do Presidente do Banco Central e diz que, quando o trocar, no final deste ano, os juros vão cair, acaba que o dólar sobe mais, a curva de juros futuros sobe e a bolsa cai, numa recordação do que aconteceu em 2015 e 2016.

    Quando o noticiário político toma conta do noticiário financeiro, os fundamentos econômicos das empresas ficam em segundo plano.

    Nesses momentos difíceis precisamos de muita disciplina emocional para termos um comportamento racional, ainda mais que não temos como controlar o noticiário político e, muito menos, os preços das ações. Todo esse ruído político no mercado, esse aumento da volatilidade, e a carência momentânea de compradores, não quer dizer que as empresas não tenham valor.

    Quando compramos ações estamos comprando frações, pedaços de empresas. Ações são ativos reais que, naturalmente, se corrigem pela inflação e pelos resultados atuais e expectativa de resultados futuros.

    Nesses momentos delicados de mercado, gostamos de olhar para as empresas em que estamos investindo, acompanhar suas atividades, investimentos, crescimento e seus resultados operacionais, e não ficar olhando apenas para as cotações diárias de suas ações.

    Se os resultados das empresas forem bons, os preços das ações, com o tempo, corrigirão. Sempre foi assim!

    Preço é uma coisa, valor é outra.

    Os preços hoje não refletem o correto valor das empresas e o mercado de ações local, nessas horas, parece disfuncional.

    Como investidores de longo prazo, temos que aguentar esses períodos mais difíceis com paciência e longo ânimo.

    É como diz aquele ditado em inglês: “no pain, no gain.” (“sem dor, sem ganho”).

    Quando os estrangeiros irão voltar a comprar a bolsa local, não sabemos. O que sabemos é que, enquanto as bolsas lá fora estão em patamares recordes, aqui, o Ibovespa perde 20% em dólares neste ano, ou seja, está ainda mais barato para investidores estrangeiros.

    E o mais curioso é que mesmo as empresas que temos em carteira e que são beneficiadas pela alta do dólar não estão tendo essa alta refletida no preço de suas ações.

    Das 8 principais posições de nossa carteira, 6 são beneficiadas pela alta do dólar, a saber:

    1) Suzano (maior produtora mundial, líder em custo e exportadora de Celulose);

    2) 3R (produção e refino de petróleo, com petróleo Brent acima dos U$ 80 dólares por barril no último trimestre);

    3) Iochpe (maior produtora mundial de rodas, com 70% da receita fora do Brasil e com 31 fábricas em 16 países);

    4) Blau (empresa com centros de coleta de sangue nos EUA e com um empréstimo conversível em participação na Prothya, empresa de fracionamento de plasma na Europa);

    5) Minerva (mais de 70% da receita com exportações de carne bovina do Brasil para o mundo) e

    6) Bradespar (posição em ações da Vale: exportadora de minério).

    Todos sabemos que os preços das ações oscilam por diferentes razões que, muitas vezes, não dizem respeito aos resultados operacionais de suas empresas, mas seria de se esperar que, com a alta do dólar, que beneficia empresas exportadoras, os preços das ações dessas empresas subissem, mas não é o que vem acontecendo, ao menos por enquanto.

    O mercado realmente nos parece mais disfuncional nesse momento.

    Mesmo notícias muito boas em algumas outras empresas, como o ganho de causa no STF e a consequente autorização para a Ser Educação abrir novas vagas de Medicina pelo país, não tem se refletido no preço de suas ações.

    Isso testa nossas emoções e nossas convicções.

    Estamos sempre pensando o que podemos estar fazendo de errado, com humildade para reconhecer, corrigir e ajustar a carteira, se necessário.

    O que não podemos é nos afastar de nossa estratégia e disciplina, que vem dando certo ao longo de muitos anos. Podemos – e devemos – sempre questionar e tentar melhorar nossos processos, mas não podemos abandoná-lo somente porque estamos tendo um ano ruim.

    “Se você não pode controlar suas emoções, você não pode controlar seu dinheiro”, já dizia Warren Buffett.

    Somente teremos um comportamento racional se tivermos disciplina emocional nessa hora. Seguimos inconformados, em busca de melhores resultados e de recuperar o ano, com paciência e prudência, pensando em investimentos para o longo prazo. Apesar do momento e conjuntura adversos, acreditamos muito no que fazemos.

    Como dizia o Rei Salomão, rei de Israel e o homem mais rico de sua época: “Empregue o seu dinheiro em bons negócios e com o tempo você terá o seu lucro. Aplique-o em vários lugares e em negócios diferentes porque você não sabe que crise poderá acontecer no mundo.”

    Investindo em boas empresas, com o tempo teremos nosso lucro.

    Dias melhores virão!
    Abraços a todos e muito obrigado por investirem junto conosco.

    Economia

    Vai ter festa?

    Há muito o que comemorar nessas três décadas de Plano Real. Foi um período de muitas mudanças na estrutura econômica do Brasil, com a implementação do Sistema de Metas de Inflação, a independência do Banco Central, a Reforma Trabalhista e tantas outras pequenas mudanças. Nesse período, uma das conquistas mais importantes foi a incorporação, por parte da sociedade, da necessidade de se combater a inflação. E isso parece real até nas gerações mais novas, que não presenciaram o caos que o descontrole de preços provocava no nosso dia-a-dia. O leitor deve estar se perguntando: e a Reforma Previdenciária? E a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)? E a Lei das Estatais? Bem, esses são temas do tipo: “vitória com gosto de derrota”. Ainda em 2001, por exemplo, mesmo que sob protestos, conseguimos aprovar a LRF, realmente um grande marco no entendimento da necessidade de se controlar o gasto público. Mas, desde então, ela sofreu constantes ataques, tentativas diversas de driblar as regras até que percebemos que era necessário ser mais rude com os sabotadores. E veio, então, o Teto dos Gastos. Não era um conjunto de regras amplo, como a LRF, mas colocava limites mais apertados para o avanço do gasto. E o seu resultado foi fantástico, basta ver os números. Mas, como estamos no Brasil, não tardou muito para que a disciplina fiscal fosse novamente colocada como vilã da economia e, depois de vários remendos, no apagar das luzes de 2022, foi aprovada a “PEC da Transição”. Um nome bonito que foi dado para o ato de autorizar o próximo Governo a gastar R$ 145 bilhões acima do que estava previsto no Teto dos Gastos. E, o que era pior, a definição de onde sairiam esses recursos viria apenas posteriormente, com apresentação de projeto por parte do Executivo. E ele veio. Porém, adivinha qual foi a ideia? Isso mesmo. Quem sabe aumentar a arrecadação? E o Ministério da Fazenda conseguiu a mágica de converter um déficit projetado para 2023 de R$ 231 bilhões para um superávit de R$ 11 bilhões. Calma. Isso é o que foi apresentado. Como o papel aceita tudo, compara isso com o realizado: um déficit de R$ 271 bilhões. Tudo isso mesmo com uma enxurrada de receitas não recorrentes, aquelas que aparecem de vez em quando. Muito além dos números, o que é mais interessante aqui foi a capacidade do Governo em enganar os analistas de mercado durante quase todo o ano de 2023 com a ideia do tal “arcabouço fiscal” e, posteriormente, “o novo regime fiscal”. Foi somente quando não dava mais para esconder a realidade, que esses analistas “jogaram a toalha” e passaram a cobrar mais afinco por parte do Governo no controle dos gastos. E adentramos em 2024 com um orçamento que previa, adivinha, um déficit zero. Mas, para não ficar tão “na cara”, foi inventado um intervalo de 0,25% do PIB, o que equivaleria a um erro de “apenas” R$ 28,8 bilhões. E como estão os números? No ano, já está faltando R$ 29 bilhões, um resultado bem pior que o mesmo período de 2023 – com superávit de R$ 5,6 bilhões (janeiro a maio). E, em 12 meses, já batemos nos R$ 306 bilhões de déficit. Como esperar que esse número seja zerado até dezembro? O tema fiscal voltou ao centro dos debates, influenciando a trajetória dos juros e aumentando o risco país.

    Nessa discussão há, basicamente, dois grupos: i) os que entendem a necessidade de controlar gastos para estabilizar as expectativas, reduzindo dívida e abrindo espaço para o setor privado; e ii) aqueles que acreditam que a solução passa única e exclusivamente pelo gasto público. Nesse grupo, também se acredita que um pouco de inflação não faz mal a ninguém e se esquecem que fazer o controle de preços não é a mesma coisa que controlar o fluxo de água de uma torneira. Existem muitos fatores de risco que podem, de uma hora para outra, fazer com que a trajetória de preços se torne explosiva. Nesse grupo também estão os economistas que defendem o crescimento econômico pelo lado da demanda, com a tese de que, se o Governo gasta mais, a economia se expande, mais recursos tributários são gerados e o ciclo continua indefinidamente. Uma ideia simples, que gera o questionamento: “porque ninguém pensou nisso antes”? Na minha visão, há muito o que comemorar com o Plano Real, mas precisamos superar esse debate fiscal que nos ameaça há décadas e parar de ficar bancando essa festa com gasto público.

    Estratégia Vokin GBV Aconcágua

    Comentários dos Gestores

    Em junho, as ações brasileiras tiveram alta, depois de três meses de queda. A decisão unânime do Copom, que encerrou o ciclo de queda dos juros, e a definição pelo CMN de uma meta contínua de inflação de 3%, com tolerância de 1,5%, apurada a cada 12 meses e com limite de 6 meses para descumprimento, foram notícias positivas. Por outro lado, as falas de Lula, deixando em aberto a sucessão no BC e seu descontentamento com a condução da política monetária ainda prejudicam o risco Brasil.

    No lado fiscal, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, devolveu parte da medida provisória que mudava a compensação do PIS e Cofins devido à pressão de diversos setores da economia, o que deixou a desoneração da folha de pagamentos, definida no mês anterior, sem fonte de arrecadação para compensá-la. Irritados, Lula e Haddad disseram que o Congresso deveria achar uma fonte compensatória. Pacheco apresentou alternativas, incluindo a taxação de compras internacionais até US$50 (já aprovada), a legalização de jogos de azar, repatriação de recursos no exterior, atualização de ativos no IR, um Refis, entre outras, mas que não devem ser suficientes para cobrir R$26 bilhões necessários.

    A discussão sobre a agenda de gastos do Governo em 2025, incluindo a desvinculação de benefícios previdenciários em relação ao salário-mínimo e a inclusão no teto do arcabouço fiscal das despesas com saúde e educação foram levadas ao Presidente Lula mas, em seus discursos, ele diz que não quer abrir mão desses gastos e que os considera investimentos. O que parece estar no radar é um contingenciamento de despesas maior a partir do relatório bimestral de receitas e despesas, que será apresentado em julho, um aperfeiçoamento nos cadastros de benefícios assistenciais e a desvinculação de receitas da União, permitindo maior flexibilidade nos gastos a partir do ano que vem.

    A incerteza quanto ao tema fiscal é o que tem mais pesado sobre os mercados e fez o dólar e os juros futuros subirem para os maiores patamares dos últimos anos durante o mês de junho. Em outras ocasiões, mesmo uma solução que não foi perfeita, como o próprio arcabouço fiscal, foi suficiente para dissipar incertezas e melhorar o humor. Será importante acompanhar as medidas que o Governo pretende apresentar em julho, o relatório trimestral de receitas e despesas e a LDO, que também deve ser votada antes do recesso parlamentar. A dominância fiscal já é uma realidade.

    O Vokin GBV Aconcágua fechou o mês com resultado de 1,08% e o Vokin GBV Aconcágua 30 com resultado de 1,07%, enquanto o Ibovespa fechou com 1,48%.

    Nos meses de maio e junho, aumentamos significativamente nossa participação na Suzano, empresa produtora de papel e celulose. No dia 7 de maio, surgiu o boato de que a empresa estaria negociando a compra da maior empresa de papel do mundo, a americana International Paper, e a ação caiu 12% no dia. Assim como o mercado, entendemos que a aquisição seria grande demais (ambas empresas valiam em torno de 75 bilhões de reais no dia do boato), que não havia grandes sinergias (a IP produz, principalmente, papel ondulado, o “papelão”, que utiliza mais fibra longa, enquanto a Suzano produz fibra curta) e que o valor de aquisição oferecido não estava barato. Ainda, uma das condições impostas pela Suzano seria de que a IP cancelasse a aquisição da DS Smith, maior empresa de papel ondulado da Europa, anunciada em abril desse ano. Ponderando as probabilidades dos cenários (com e sem a aquisição) em relação ao preço após a queda da ação, acreditávamos que havia uma assimetria positiva para aumentarmos nossa participação, indo de 5% para 13% do fundo. No dia 27 de junho, a Suzano anunciou que não teve sucesso nas negociações e que interromperia as tratativas, provocando uma alta de 12% da ação no dia.

    Ainda sobre a Suzano, no dia 12 de junho a empresa anunciou a aquisição de 15% da Lenzing, empresa austríaca criadora do tecido modal a partir da fibra de celulose, por R$1,4 bilhão, com a opção de adquirir mais 15% até 2028. Tal aquisição é positiva, pois agrega novos conhecimentos e tecnologias em uma vertical da celulose de eucalipto no exterior sem alterar significativamente o endividamento. Agora em julho, será iniciada a produção da nova planta de celulose da Suzano em Ribas do Rio Pardo, a maior e mais eficiente planta do mundo, dada a tecnologia e proximidade das florestas. A empresa deseja expandir sua produção de papel no exterior e ficaremos atentos à racionalidade disso.

    Vokin K2 Long Biased FIA

    A Suzano anunciou a aquisição de 15% da Lenzing, uma empresa global de fibras especiais com sede na Áustria, por EUR 330 milhões e celebrou um acordo de acionistas que garante à companhia: (i) duas posições no Conselho de Administração da adquirida e (ii) a possibilidade de aumentar sua participação em 15% a partir de um ano após o fechamento do acordo até o final de 2028. Em outros comunicados, a Suzano anunciou que o início das operações do “Projeto Cerrado” acontecerá em julho de 2024 e que desistiu das negociações para a aquisição da International Paper, após não chegarem a um acordo quanto aos termos da possível transação.

    A Arezzo comunicou que foi aprovada a incorporação do Grupo SOMA pela Arezzo&Co. Com a incorporação, o Grupo SOMA será extinto e os acionistas do grupo passarão a ter participação direta na Arezzo, recebendo 0,12 ações ordinárias da Companhia para cada ação ordinária do grupo. Com a incorporação, o capital social da empresa aumentará em R$ 578,9 milhões de reais e o saldo remanescente do acervo líquido do grupo SOMA, no valor de R$ 5,2 bilhões, será alocado na conta de reserva de capital da Arezzo.

    O Bradesco anunciou o pagamento de juros sobre o capital próprio intermediários, referentes ao primeiro semestre de 2024, no valor total de R$ 4 bilhões, equivalente ao valor líquido de R$ 0,30 por ação ordinária e R$ 0,33 por ação preferencial. O pagamento irá ocorrer até 31 de janeiro de 2025 e beneficiará os acionistas que estiverem inscritos nos registros da Sociedade em 17 de junho de 2024, passando as ações a serem negociadas “ex-direito” aos juros intermediários a partir de 18 de junho.

    O Assaí aprovou o primeiro programa de recompra de ações de emissão da Companhia, com o objetivo de adquirir, em 12 meses, até 3,8 milhões de ações ordinárias de própria emissão, o que representa 0,28% do total de ações em circulação. Haverá uma manutenção em tesouraria destas ações, que posteriormente serão entregues aos participantes do Programa Sócio Executivo e do Plano de Incentivo de Longo Prazo via Outorga do Direito de Receber Ações, os quais foram aprovados pelos acionistas da Companhia no âmbito da assembleia geral ordinária e extraordinária realizada em 26 de abril de 2024.

    O Banrisul informou que foi comunicado do deferimento do cancelamento de registro de Companhia Aberta da sua controlada Banrisul Armazéns Gerais S.A. (BAGERGS). Este deferimento se dá no contexto do encerramento da oferta pública de aquisição de ações de emissão da BAGERGS para o cancelamento de registro de companhia aberta, em que atuou como ofertante o Banrisul. Em outro comunicado, a empresa comunicou que foi deliberado o pagamento de juros sobre o capital próprio referente ao 2o trimestre de 2024, no montante de R$ 50 milhões, sendo R$ 0,10 por ação PNB. O pagamento estava previsto para o dia 27 de junho, sendo beneficiados todos os acionistas inscritos nos registros da Sociedade em 14 de junho deste ano, passando as ações a serem negociadas “ex-direito” aos juros intermediários a partir de 17 de junho.

    A Pague Menos informou que foi aprovado um novo Programa de Recompra de ações de emissão da própria Companhia. O programa tem duração de até 12 meses, sendo que o número máximo número de ações adquiridas será de 18 milhões, representando 10% das ações em circulação em 24 de junho. Essas ações serão entregues aos seus funcionários e administradores no âmbito do plano de ações restritas vigente da Companhia, ou passarão por manutenção em tesouraria e, posteriormente, por cancelamento ou alienação no mercado.

    A 3R comunicou que foi aprovada a incorporação de ações da Enauta e a incorporação da Maha Holding. Tão logo verificadas as condições previstas nos Protocolos e Justificação, as Companhias se reunirão para confirmar a satisfação (ou renúncia, conforme o caso) das condições suspensivas, atestar a quantidade final de ações que serão entregues aos acionistas da Enauta e à sócia da Maha Holding e confirmar a data de consumação da operação. Aos acionistas que não votaram a favor da incorporação de ações da Enauta, que se abstiveram de votar ou que não compareceram à Assembleia, será garantido o direito de retirada no prazo de 30 dias contados da data de publicação da ata da referida Assembleia. O valor do reembolso por ação será de R$ 14,59, conforme apurado com base no patrimônio líquido da Enauta em 31 de dezembro de 2023.

    A Ser Educacional anunciou o proferimento de decisões judiciais autorizando a realização de vestibulares de medicina em Salvador/BA e Santarém/PA, considerando o preenchimento de 60 vagas anuais em cada município. Através da decisão, as operações da Ser contemplarão 6 cursos de medicina, totalizando 641 vagas anuais.

    Vokin Everest FIC FIM

    Comentários dos Gestores

    Após um mês marcado por sinalizações, por parte dos Bancos Centrais nos Estados Unidos e Europa, de que as taxas básicas de juros permanecerão elevadas enquanto os índices de inflação persistirem acima das metas, os indicadores econômicos divulgados ao longo de junho, principalmente nos Estados Unidos, apontaram para uma trajetória benéfica em termos de desaceleração da atividade e recuo da inflação. Esses dados reforçaram o cenário de soft landing e de início do ciclo de cortes pelo Federal Reserve (FED) a partir de setembro, provocando fechamento na curva de juros futuros norte-americana ao mesmo tempo em que o índice de ações S&P 500 batia novos recordes de alta impulsionado por ações de tecnologia. Já próximo ao final do mês, todo o movimento na curva de juros foi revertido, principalmente em função do primeiro debate entre os candidatos a Presidente, deixando o ex-Presidente Donald Trump como favorito e gerando dúvidas sobre as condições de Joe Biden permanecer como candidato do Partido Democrata ou, eventualmente, ser substituído. O ambiente político também tem ganho destaques na Europa, principalmente na Inglaterra e França, o que também acaba trazendo impacto direto nos mercados financeiros.

    No Brasil, o Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu pela manutenção da taxa de juros em 10,50% ano, interrompendo o ciclo de redução após sete cortes seguidos. O principal motivo para a manutenção foi uma maior desancoragem nas expectativas de inflação para 2025 influenciada, principalmente, pela piora do ambiente fiscal do país, assim como as incertezas na condução das políticas monetárias nos países desenvolvidos, principalmente nos Estados Unidos. Apesar da decisão ter vindo em linha com o esperado pelo mercado, havia dúvida se haveria uma nova divisão dos votos, assim como na reunião anterior, em que os diretores indicados pelo atual Governo votaram por um corte maior na taxa. Desta vez, no entanto, houve unanimidade quanto à manutenção da taxa, apesar das críticas diretas do Presidente Lula, e parte da ala governista, com relação ao atual nível de juros do país.

    O mês também foi marcado por algumas entrevistas em que Lula, além de uma série de críticas ao Banco Central, inclusive deixando em aberto quem será o indicado para assumir a presidência a partir do ano que vem, questionou a necessidade de o Governo cortar gastos. O ambiente político acabou ficando ainda mais conturbado com a incerteza quanto à capacidade do Ministro Fernando Haddad de alcançar o equilíbrio fiscal ao mesmo tempo em que precisa conciliar a agenda do partido, no momento em que o Congresso vem tornando difícil o caminho do Governo de implementar um ajuste fiscal via aumento de tributos.

    Em meio a essa série de ruídos políticos, os ativos brasileiros – principalmente moeda e juros – tiveram movimentos importantes de aversão ao risco, com exceção da bolsa, que já vinha em queda. O Ibovespa fechou em alta de 1,48% no mês após três meses seguidos de queda. O dólar teve expressiva valorização de 6,43% no mês frente ao real e ocorreu abertura da curva de juros reais, representando queda de -0,97% para o índice IMA-B.

    Em junho, observou-se a continuidade da dispersão dos resultados entre os fundos investidos, com alguns fundos com desempenho negativo sendo compensados por outros com boa performance no mês, impulsionados por ganhos principalmente nos mercados de juros e câmbio. O fundo Everest encerrou junho com rentabilidade de +0,84%, ante +0,79% do CDI, acumulando no ano alta de +0,69% ante +5,22% do CDI. Destaques positivos para os fundos multimercados macro Gávea Macro Plus (+2,45% no mês), Kapitalo Zeta (+2,32%) e Itaú Optimus (+2,01%). Os piores desempenhos no mês foram do fundo multimercado macro Clave Alpha (-2,04%), do fundo de ações long & short Ibiúna STLS (-0,58%) e do multimercado macro Ibiúna STH (-0,25%).

    No mês foram novamente realizados resgates pontuais em alguns fundos multimercado macro para fins de rebalanceamento do nível de caixa do Everest.

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