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Carta 232Maio 2024

Comentário do gestor

Prezados Coinvestidores,

Impossível ficarmos indiferentes à catástrofe que atingiu o Rio Grande do Sul, tantas famílias e empresas próximas a nós, neste mês de maio.

Porto Alegre registrou o mês mais chuvoso desde que se iniciaram as medições, em 1910 – há 124 anos. O acumulado de maio na cidade somou impressionantes 513,6 mm.

Para se ter uma ideia do que representam esses 513,6 mm, a média histórica de precipitação de Porto Alegre, em maio, é de 112,8 mm. Ou seja, o que choveu em maio de 2024 equivale a 455% da média histórica e mais do que costuma chover nos três meses do outono na cidade.

E o mesmo aconteceu em praticamente todo o Estado, afetando 461 municípios, 172 pessoas morreram, 42 seguem desaparecidas e 620.000 pessoas tiveram que abandonar suas casas inundadas, sendo que 540.000 foram acolhidas nas casas de familiares, amigos ou conhecidos e 80.000 em abrigos improvisados com urgência pelo poder público e sociedade civil (igrejas, escolas, clubes e empresas).

A água subiu tão rápido que as pessoas deixaram quase tudo para trás, salvando apenas a vida e muitos sendo resgatados de barco por centenas de voluntários civis.

Ouve-se de muitas pessoas que eles viram a água chegando, entraram em casa para pegar alguns objetos pessoais e, quando voltaram para fora, o carro já estava embaixo da água. Estima-se que 200.000 carros e 283.000 casas ficaram submersos.

Em Estrela, no Vale do Taquari, onde o nível do Rio atingiu 32 metros, muitas casas de alvenaria e bairros inteiros foram completamente destruídos, arrastados pelas fortes correntezas.

Na região metropolitana de Porto Alegre, as casas foram inundadas entre os dias 02 e 04 de maio e muitas assim permanecem. Para muitas famílias, tudo foi perdido.

E, além das mais de 280.000 residências, 44.000 estabelecimentos contribuintes do ICMS, que representam 27% da arrecadação do Estado do RS, foram afetados diretamente.

Segundo a Secretaria da Fazenda, a previsão de arrecadação de ICMS entre os dias 1o e 23 de maio era de R$ 3,02 bilhões e o realizado foi R$ 2,34 bilhões – R$ 640 milhões a menos em apenas 22 dias.

Muitas empresas foram e seguem alagadas, tendo perdido estoques, máquinas e equipamentos e ameaçando o emprego de milhares de trabalhadores.

Os prejuízos são enormes e ainda incalculáveis, e levará tempo para que as pessoas recuperem suas casas, as empresas voltem a operar normalmente, as estradas e pontes restabeleçam os caminhos.

Um estudo técnico da Federasul estima que o custo de reconstrução do estado deva ficar entre R$ 110 bilhões e R$ 174 bilhões.

Apesar da catástrofe, o emocionante foi a mobilização da sociedade civil local e de todo o país, tanto nos resgates como no voluntariado nos abrigos e apoio aos mais atingidos.

Doações de água potável, alimentos, roupas, colchões, cobertores, medicamentos começaram a chegar de muitos lugares, bem como voluntários para ajudar na limpeza.

Apesar de nos envolvermos e ajudarmos diretamente, sempre ficamos com uma sensação de que podemos fazer mais e impotentes em meio a tanta tristeza e destruição.

O mais difícil, para muitas famílias, ainda está por vir. Voltar para as casas sujas e destruídas exigirá um trabalho de limpeza pesado e muito difícil, tanto psicológica como fisicamente.

Tudo isso era uma situação inimaginável até pouco dias atrás. E como disse o médico gaúcho JJ Camargo:

“Tenho dúvidas se sairemos melhores desta catástrofe, mas tenho certeza de que sairemos diferentes. E que ninguém que tenha tido a sorte de ser poupado pretenda recomeçar a vida como se nada tivesse acontecido. Foi uma prova agressiva demais para ser considerada como uma mera intercorrência na vidinha monótona, da qual nos queixávamos por não saber valorizar a mesmice serena e previsível de um dia a dia, sem sobressaltos.”

Tudo passa, mas a enchente de 2024 ficará marcada para sempre na história do Rio Grande do Sul e do Brasil!

Sobre o Mercado Financeiro e nossos resultados:

Tivemos um mês bem difícil em maio também no mercado financeiro brasileiro e em nossas carteiras.

A bolsa brasileira teve o pior maio em 6 anos. A queda de -3,04% do Ibovespa no mês fez com que o índice acumulasse o pior maio desde 2018, quando houve a greve dos caminhoneiros, quando o Ibovespa recuou -10,87%.

Neste ano, depois da queda forte de -4,79% em janeiro, apenas fevereiro foi positivo (+0,99%).

Com março, abril e maio negativos, o Ibovespa acumula queda de -9,01% no ano, refletindo uma total reavaliação, pelos investidores, da expectativa otimista que prevalecia no fim de 2023 quanto ao número de cortes de juros nos Estados Unidos ao longo de 2024.

Esse atraso nos cortes de juros pelo Banco Central Americano fez com que o Banco Central Brasileiro reduzisse, em maio, o ritmo de cortes, de 0,50% para 0,25%, trazendo a taxa básica de juros brasileira de 10,75% para 10,50% ao ano.

O Comitê de Política Monetária do BC do Brasil terá reunião nos dias 18 e 19 de junho e o mercado local espera a decisão, se pela manutenção da Selic nos 10,50% ou corte para 10,25%.

Juros mais altos impactam nos investimentos, no consumo e aumentam as despesas financeiras das empresas e do Governo, na medida em que o Governo é o maior devedor e maior tomador de recursos no país.

Com o abandono do Teto de Gastos e a fragilidade do Novo Arcabouço Fiscal, a política fiscal (receitas – despesas) do Governo também não tem contribuído para que o BC brasileiro tenha uma política monetária mais dovish (menos preocupada com a inflação).

Assim, em maio, os juros locais subiram, o Real desvalorizou frente ao Dólar e as ações das empresas brasileiras se desvalorizaram – com raras exceções.

Nessa semana, o Banco Central Europeu deve cortar os juros em 0,25%, para 3,75% ao ano, e acreditamos, como já dissemos, que o FED, Banco Central Americano, deverá começar a cortar juros nos EUA em setembro, possibilitando novos cortes aqui também.

Empresas importantes da nossa carteira como 3R Petroleum, Suzano, Carrefour, Banrisul e Iochpe tiveram quedas relevantes.

Sabemos que os preços oscilam, mas no último mês oscilaram bem contra nós – o que nos deixa muito incomodados e inconformados.

As carteiras estão com um upside muito bom (acima de 60% – o maior dos últimos tempos), mas os preços seguem deprimidos, seja pela falta de compradores estrangeiros (que já retiraram mais de R$ 35 bilhões da bolsa brasileira neste ano), seja pela falta de compradores locais (com as NTNBs pagando juro real de mais de 6% ao ano).

Já tivemos períodos assim no passado, quando ações baratas ficam ainda mais baratas, e sempre são períodos difíceis mas, com o tempo, se as empresas entregam bons resultados, os preços convergem.

Nessas horas, nossas convicções e paciência são testadas, mas a perseverança e diligência sempre nos trouxeram bons frutos.

Desejamos um melhor mês de junho para todos nós, com saúde, paz, serenidade e paciência.

Obrigado por investirem junto conosco!

Economia

Previdência ou programa social?

Os debates em torno do enorme déficit da Previdência Social e seus impactos fiscais voltaram à tona em meio a um cenário de contínua piora nas contas públicas. Afinal de contas, a necessidade de financiamento apenas do Governo Federal chegou a quase R$ 1 trilhão no acumulado em doze meses e com tendência de piora, em especial devido ao crescente déficit da Previdência. Muitos devem estar se perguntando como isso seria possível apenas poucos anos após aprovarmos uma reforma? Acontece que essa não tinha como intuito eliminar esse déficit que, diga-se de passagem, existe desde o início do Plano Real. Ela apenas acrescentou seis meses na idade mínima, a cada ano, para se ter o benefício. Até que se atinja os 62 anos, para mulheres, e 65, para os homens, em 2031, permanecendo o tempo mínimo de contribuição de 30 anos, para mulheres, e 35, para homens, além de mudar algumas alíquotas de contribuição. Mas, ao que parece, não adiantou muito. Vamos olhar os números da Previdência Social para entender o tamanho do desafio que temos pela frente. Atualmente, são 39,3 milhões de beneficiários, mas sabe quantos destes conquistaram esse direito exclusivamente por tempo de contribuição ao longo da vida laboral? Apenas 6,9 milhões. Quase o dobro disso recebe benefício por idade (12,7 milhões) e outros 8,4 milhões por pensão por morte. E os novos pedidos não param de crescer a cada mês. Falando apenas de aposentadoria por tempo de contribuição, foram 17,9 mil novas concessões, em janeiro de 2024, contra 75 mil que ganharam a aposentadoria por idade e outros 10 mil por invalidez. Mas há outro número que assusta. Somente em janeiro foram 35 mil novos benefícios assistenciais para portadores de deficiência que, atualmente, totalizam 3,1 milhões de pessoas. É claro que muitos benefícios concedidos são temporários, como é o caso do auxílio maternidade, reclusão e doença, o que confere ao sistema um papel muito além de simplesmente atender a população no que diz respeito à aposentadoria. E, se você achou esses números elevados, saiba que ainda nem atingimos o pico de pedidos para aposentadoria. Isso porque, se olharmos o corte populacional por idade (sem considerar aspectos de tempo de contribuição), podemos ver que há um total de 10,8 milhões de homens com idade entre 55-65 anos e outros 13,3 milhões de mulheres entre 52-62 anos, exatamente 10 anos antes de, em tese, requererem o benefício. Ou seja, na próxima década (até 2034) há o potencial de elevarmos o total de beneficiários da previdência dos atuais 39 milhões de pessoas para, no máximo,

62 milhões, quase dobrando o contingente de pessoas que recebem algum benefício. Além desse contingente, que irá chegar a cerca de 25% da população, há um outro fator que é muito importante para a economia: o rendimento. A média de pagamento, hoje, está em R$ 1.694 por mês contra um salário-mínimo de R$ 1.412. Mas veja que essa é a média. Tem muitas pessoas que recebem menos que isso. São 869 mil que ganham menos de 1 salário-mínimo e outros 26,3 milhões que ficam com apenas um salário-mínimo por mês. Agora tem um aspecto interessante desses números. Se compararmos os beneficiários de cada Estado com a população acima de 15 anos, podemos identificar onde que as transferências previdenciárias têm mais importância. Nesse caso, o Piauí lidera com 22% da sua população recebendo até um salário-mínimo da previdência, seguido do Maranhão (18,7%), Paraíba e Rio Grande do Sul (18,2%), Ceará (16,9%), Rio Grande do Norte (16,5%), Bahia (16,3%) e Minas Gerais (16%). Os Estados com menor percentual são o Amapá (6,1%), Roraima (6,6%) e Amazonas (6,7%). Eu sei que o leitor deve estar achando estranho a presença do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais nessa lista. Mas o fato é que esses dois estados possuem um grande percentual de população acima de 65 anos. São Estados com maior presença de pessoas com maior idade e que continuam a envelhecer. No Rio Grande do Sul, por exemplo, 17% da população tem mais de 65 anos e em Minas Gerais esse percentual é de 15,1%. Os menores percentuais da população acima de 65 anos estão no Norte, como é o caso de Roraima (7,2%), Amapá (7,5%) e Amazonas (8,1%). O sistema de previdência no Brasil se tornou um enorme programa social com um problema de solução difícil que apresenta déficit anual de R$ 306 bilhões. Imagina daqui a 10 anos.

Estratégia Vokin GBV Aconcágua

Comentários dos Gestores

Em maio, as bolsas ao redor do mundo subiram e muitas bateram recordes históricos, como a americana. No Brasil, ao contrário, tivemos o terceiro mês consecutivo de queda no Ibovespa, novamente com a questão fiscal sendo foco e, dessa vez, com ruídos na política monetária. No dia 08/05, o Copom definiu por um corte de 0,25% na taxa Selic, que tinha expectativa dividida entre um corte de 0,5% e 0,25%. Porém, foi o placar da decisão o que gerou uma apreensão maior, 5 x 4, sendo que os quatro membros que votaram por um corte maior foram indicados por Lula, o que levantou dúvidas sobre a condução do BC no ano que vem, quando há troca do presidente. Mais para o final do mês, Haddad piorou a expectativa de inflação ao falar que a meta de 3% era “exigentíssima e inimaginável”, gerando receios de mudanças nessa meta na reunião do CMN de junho. O primeiro fato foi parcialmente remediado por uma ata do Copom mais alinhada entre todos os membros quanto à necessidade de ancoragem da inflação e, o segundo, pela possibilidade de um decreto presidencial que manteria a meta de 3% de forma contínua. No lado fiscal, o Governo decidiu respeitar a decisão do Congresso de manter, até 2027, a política de desoneração da folha de pagamentos, com reoneração gradual a partir de 2025. E o ministro Zanin suspendeu sua decisão para aguardar a negociação entre Executivo e Legislativo. Além disso, o Governo aceitou manter a desoneração da folha dos municípios, com retomada gradual a partir do ano que vem, em percentuais ainda a serem definidos. Para compensar essas duas perdas de arrecadação, que devem somar R$26 bi, o Governo estuda a edição de uma MP para aumentar a receita com mudanças na compensação do PIS e Cofins. Ainda em maio, o desastre natural no Rio Grande do Sul fez o legislativo decretar calamidade pública e que as despesas relacionadas a esse estado não contassem na meta fiscal. Foram aprovadas a suspensão do pagamento da dívida do estado por 3 anos e o perdão dos juros desse período, uma medida provisória de R$12,2 bilhões para ações no RS, um voucher de R$5,1 mil para cada uma das 100 mil famílias atingidas e R$2mil por mês para as de menor renda (20 mil). Esses efeitos, que alteram a perspectiva de déficit, aliados à queda do PIB e aumento da inflação decorrente da tragédia, contribuíram para a piora das expectativas no lado fiscal. O 2o relatório bimestral de receitas e despesas ainda mostrou receitas superestimadas e despesas subestimadas.

Os Fundos Vokin GBV Aconcágua e Vokin GBV Aconcágua 30 fecharam o mês com resultado de -8,80%, enquanto o Ibovespa fechou com -3,04%.

Entre os dias 11/04 e 14/05, o fundo Vokin GBV Aconcágua perdeu ao redor de 13 pontos percentuais para o Ibovespa, um desempenho relativo ruim que nunca tivemos em tão curto espaço de tempo.

Dois fatores explicam esse movimento:: o primeiro, relacionado à composição do benchmark e nossa decisão de não termos algumas das posições que o compõe e, o segundo, relacionado a diversas posições da carteira do fundo que tiveram motivos diferentes e não relacionados que afetaram seus preços de forma relevante no curto prazo. Sobre o benchmark, Petrobras e Vale, ações que representam 26,8% do Ibovespa, desempenharam bem nesse período (+11,45% e +4,47%, respectivamente), fazendo com que o resultado do Ibovespa fosse bom comparado à média das ações brasileiras. Sobre as posições de nossa carteira, a Suzano caiu devido a um boato de que ofereceria US$ 15 bilhões de dólares em dinheiro para adquirir a International Paper, empresa papeleira norte-americana. A reação negativa se deve a alta alavancagem que a Suzano ficaria (4,6 x DL/EBITDA), ao valuation da aquisição e a falta de sinergias relevantes à primeira vista. Nenhuma empresa confirmou nem negou o boato. Não é de agora que a Suzano pensa em diversificar para além da celulose e fora do Brasil. Essa expansão virá em breve e ficaremos atentos à racionalidade do movimento.

Sobre a 3R, pesou a queda do petróleo, a arbitragem com a NTE e uma preocupação quanto ao lock up dos principais acionistas após a fusão com a Enauta. A NTE é sócia no campo de Papa Terra e não vem cumprindo com suas obrigações nos investimentos daquele poço, devendo R$ 166 milhões, o que pode levar a cessão compulsória do ativo para a 3R, mas aumenta a alavancagem em um primeiro momento.

O Banrisul, banco com atuação majoritária no Rio Grande do Sul, teve queda da ação ampliada pelos desastres climáticos na região e potencial impacto na inadimplência.

No caso da Ser, por conta da expectativa de aumento da inflação e dos juros de prazos mais longos, empresas com nível de alavancagem mais alta e relacionadas ao consumo, como é o caso da maior parte das empresas de educação, foram prejudicadas nesse período, fato que também afetou as ações do Carrefour.

Sobre essas, e diversas outras empresas do nosso portfólio, temos perspectivas favoráveis de longo prazo e continuamos acreditando em suas teses, que ficam mais atrativas na medida que seus preços caem.

Vokin K2 Long Biased FIA

Comentários dos Gestores

A Arezzo e o Grupo Soma assinaram um protocolo que disciplina os termos e condições para a fusão entre as empresas. A incorporação foi acordada entre ambas as companhias e resultará na extinção do Grupo Soma, com a Arezzo assumindo todos os direitos e obrigações do Grupo, cujos acionistas passarão a ter participação direta na Arezzo. Os termos da operação já foram aprovados pelo CADE e os acionistas das duas empresas se comprometeram em celebrar um “Acordo de Acionistas” para regular o exercício conjunto de voto nas deliberações, a indicação paritária de membros para o Conselho e a restrição de negociações por período determinado, entre demais itens.

O Bradesco anunciou que sua subsidiária, Atlântica, firmou um Acordo de Investimento com a Rede D’Or para criar a Atlântica D’Or, uma nova rede hospitalar. Esta parceria visa investir, construir, desenvolver e operar hospitais gerais em construção pela Rede D’Or nas regiões de Macaé/RJ, Alphaville/SP e Guarulhos/SP, além de potencialmente desenvolver novos hospitais em outras áreas como Taubaté e Ribeirão Preto, ambas em São Paulo. A Atlântica D’Or será controlada em 50,01% pela Rede D’Or e 49,99% pela Atlântica, com a gestão médica sob responsabilidade da Rede D’Or.

O Banrisul comunicou sobre o impacto das recentes chuvas extremas no Rio Grande do Sul. Apesar das adversidades, o Banco mantém suas operações e canais de atendimento totalmente funcionais, tanto digitais quanto físicos. A instituição está empenhada em reativar o atendimento presencial nas áreas mais afetadas e apoiar os clientes atingidos. Não houve impactos patrimoniais significativos nos ativos do banco e ainda é cedo para estimar o impacto total nos negócios da Companhia.

A Grazziotin informou que as recentes enchentes no estado do Rio Grande do Sul impactaram significativamente suas operações. Na data do comunicado, 7 de maio, 20 lojas estavam fechadas para avaliação de danos e 40 lojas operavam de forma reduzida devido a problemas de telecomunicação, energia elétrica e deslocamento de colaboradores. Equipes foram mobilizadas para restaurar as operações o mais rápido possível. O Centro de Distribuição continua funcionando normalmente e outras lojas operam dentro da normalidade possível.

A Minerva obteve aprovação para exportar carne bovina ao Canadá a partir de 3 plantas localizadas no Paraguai, com capacidade total de 6,3 mil cabeças/dia. A aprovação é significativa, pois o Canadá é um mercado de alta renda com rigorosos controles sanitários, atestando a qualidade da carne paraguaia e expandindo a presença da Minerva em mercados premium.

Em outro comunicado, a Companhia informou que a autoridade concorrencial uruguaia, Coprodec, não autorizou a aquisição de três estabelecimentos industriais no Uruguai, de propriedade da Marfrig. A decisão não é definitiva e está sujeita a recurso administrativo e judicial. Essa decisão, que envolve um valor de R$ 675 milhões, não impacta a aquisição dos estabelecimentos da Marfrig no Brasil, Argentina e Chile.

A 3R comunicou a aprovação de dois protocolos, prevendo a incorporação das ações da Enauta e da Maha Holding pela 3R. Esses protocolos, juntamente com os laudos de avaliação e demais documentos pertinentes, definem os termos e condições da operação resultante do Memorando de Entendimentos assinado entre as empresas em abril. Em outro comunicado, a Companhia anunciou que, devido ao não cumprimento das obrigações financeiras pela Nova Técnica Energy no consórcio do Campo de Papa Terra, a subsidiária 3R Offshore iniciou os procedimentos para solicitar à Superintendência de Promoção de Licitações da ANP a cessão compulsória da participação de 37,5% detida pela Nova Técnica Energy no ativo, levando ao início de um processo de arbitragem entre as empresas. A 3R Offshore, atual operadora do Campo de Papa Terra com uma participação de 62,5%, está tomando essa medida com base nos termos do contrato de concessão e do instrumento jurídico privado que rege o consórcio.

A Suzano, em resposta à solicitação da B3, esclarece que foi veiculada na mídia notícias sobre uma potencial operação entre a Suzano e a International Paper, impactando a cotação e o volume de negociação de suas ações. A Companhia confirmou seu interesse nos ativos da IP, mas ressalta que não há acordo ou decisão vinculativa até o momento que configure um fato relevante.

Vokin Everest FIC FIM

Comentários dos Gestores

O mês de maio foi marcado por notícias negativas no âmbito das políticas monetárias tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Logo no primeiro dia do mês, o Banco Central norte-americano (Federal Reserve) manteve inalterada a taxa básica de juros e com sinalizações de que os juros poderão permanecer elevados enquanto forem observadas pressões inflacionárias, postergando a perspectiva de cortes nos juros apenas para as reuniões de setembro ou novembro. Desta forma, se consolida cada vez mais a perspectiva de que seja pequeno o espaço para ciclo de cortes em uma economia que segue apresentando uma dinâmica favorável de atividade e mercado de trabalho mesmo após um importante ciclo de alta nas taxas de juros. Apesar disso, os índices de ações no país têm apresentado bom desempenho impulsionados, principalmente, pelo otimismo com o setor de tecnologia.

Já no Brasil, o Comitê de Política Monetária do Banco Central reduziu a taxa básica de juros para 10,50%, sendo o primeiro corte de 0,25 pp, após uma sequência de seis cortes de 0,50 pp. Parte do mercado ainda esperava um novo corte de 0,50 pp, inclusive com a decisão dividida entre os membros do Comitê, sendo definida pelo voto do presidente do Banco Central. Também acabou gerando ruído no mercado o fato de que todos os votos a favor de um menor ritmo de corte vieram dos diretores indicados na gestão anterior do Governo Federal, que estão em fase de transição e com o mandato do presidente Roberto Campos Neto se encerrando no final deste ano. No comunicado, o colegiado ainda retirou qualquer estimativa para as próximas reuniões, o chamado forward guidance, deixando incerta a possibilidade de mais cortes neste ano.

Ainda no ambiente doméstico, o cenário segue com elevado nível de incerteza para as contas públicas, com os gastos crescentes do Governo tentando ser parcialmente compensados com aumentos pontuais na já elevada carga tributária. Além disso, esse cenário ainda se agravou com a tragédia no Rio Grande do Sul, que trará impactos na atividade econômica e na necessidade da destinação expressiva de recursos para auxiliar na reconstrução de diversas cidades. A desconfiança relacionada à responsabilidade fiscal do Governo tem pressionado as curvas de juros para cima, que acabam trazendo, também, impacto direto em ativos de risco, principalmente em renda variável.

Com relação à performance dos ativos, o Ibovespa fechou novamente em queda, -3,04% no mês e acumulando -9,01% no ano. O dólar se valorizou +0,98% no mês frente ao real e ocorreu fechamento da curva de juros reais, representando alta de +1,33% para o índice IMA-B.

A continuidade do ambiente de incerteza quanto ao início de ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos, assim como o cenário desafiador na trajetória da dívida pública brasileira, tem aumentado a volatilidade dos mercados e gerando resultados inconsistentes nos fundos. Em maio, observou-se um aumento da dispersão dos resultados entre os fundos, apesar do desempenho bastante positivo em alguns, o resultado consolidado do Everest acabou abaixo do CDI principalmente em função das posições direcionais em renda variável no Brasil e posições em juros. O fundo Everest encerrou maio com rentabilidade de +0,27%, ante +0,83% do CDI, acumulando no ano queda de -0,15% ante +4,40% do CDI. Destaques positivos para os fundos multimercados macro Verde (+2,48% no mês), Kapitalo Zeta (+2,31%) e JGP Strategy (+1,59%). Os piores desempenhos no mês foram do fundo direcional de ações GBV Aconcágua (-8,80%), do fundo de ações long & short Ibiúna STLS (-3,59%) e do multimercado macro Genoa Radar (-0,26%).

No mês, foram realizados resgates pontuais em alguns fundos multimercado macro para fins de rebalanceamento do nível de caixa do Everest, porém que ainda não ocorreram as liquidações financeiras.

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