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Carta 212Setembro 2022

Comentário do gestor

Prezados Coinvestidores,

Os resultados operacionais das empresas em que investimos são, sem dúvida, muito mais importantes do que as oscilações diárias dos preços das suas ações.

Sabemos que muitas coisas impactam o humor do mercado acionário. E que o mercado, como dizia Benjamin Graham, é um maníaco-depressivo, que oscila com muita facilidade entre a euforia e a depressão.

No Brasil, questões políticas costumam impactar o humor do mercado mais do que em outros países.

Não devemos desconsiderar isto, mas também não podemos esquecer que são os resultados das empresas, muito mais do que as oscilações diárias, que vão determinar, ao final, o retorno de nossos investimentos. E que as empresas continuarão a ter resultados operacionais, independente do resultado de um pleito eleitoral.

Falando sobre as eleições e os resultados do primeiro turno, o que observamos é que a nova formação do Congresso Nacional favoreceu aliados tanto de Bolsonaro como de Lula.

PL e PT, partidos de Bolsonaro e Lula, foram os que mais ampliaram cadeiras no Congresso. PL elegeu 99 deputados federais e o PT elegeu 68 deputados federais. Se somarmos os deputados da federação PT-PCdoB-PV foram 80 deputados federais eleitos.

No Senado, foram eleitos vários aliados e ex- ministros de Bolsonaro: Marcos Pontes em SP, Damares Alves no DF, Sérgio Moro no PR, Tereza Cristina no MS e Hamilton Mourão no RS.

Dos 27 novos senadores eleitos (1/3 dos 81 Senadores), 16 se dizem apoiadores de Bolsonaro, 8 apoiadores de Lula e 3 independentes.

Na Câmara dos Deputados a composição dos 513 Deputados Federais ficou assim: 99 do PL, 68 do PT, 59 do União Brasil, 47 do PP, 42 do MDB, 42 do PSD, 41 do Republicanos, 17 do PDT, 14 do PSB, 13 do PSDB, 12 do PSOL, 12 do Podemos, 7 do Avante, 6 do PSC, 6 do PCdoB, 6 do PV, 5 do Cidadania, 4 do Patriotas, 4 do SD, 3 do Novo, 3 do Pros, 2 da Rede e 1 do PTB.

Os partidos do chamado “Centrão” continuarão a ter a maior parte das cadeiras na Câmara dos Deputados.

E dentre os Estados da Federação, 15 já definiram seus governadores, sendo Minas Gerais, Rio de Janeiro, Ceará, Paraná e Goiás os maiores estados que já tem governador eleito.

Em São Paulo, maior colégio eleitoral do Brasil, o ex-ministro de Bolsonaro, Tarcísio de Freitas e Fernando Haddad, do PT, disputarão o segundo turno. E o PSDB, que governou o estado de SP por 28 anos, está fora da disputa.

A diferença de Lula e Bolsonaro, embora tenha sido de pouco mais de 6 milhões de votos, deixa a corrida presidencial em aberto, eis que, percentualmente, a diferença foi de pouco mais de 5 pontos percentuais. Lula terminou com 48,43% dos votos válidos (57.259.504) e Bolsonaro com 43,20% (51.072.345).

E, como dissemos na carta do mês passado, as eleições só serão definidas no dia 30/10, em segundo turno.

Os institutos de pesquisas saem com a credibilidade abalada depois de mais   uma vez errarem muito, tanto nas pesquisas para presidente como nas pesquisas para governos estaduais e senadores.

As casas de apostas indicam hoje 2/3 de possibilidade de vitória de Lula e 1/3 de Bolsonaro.

Ontem, primeiro pregão da Bovespa após os resultados do primeiro turno, o Ibovespa subiu 5,54% e o dólar caiu 4,09%.

Outubro será mais um mês agitado na política e, por conseguinte, no mercado acionário, mas estamos preparados para qualquer cenário.

Acompanharemos de perto as campanhas, alianças e promessas de cada candidato, e no que isto poderá impactar no dia a dia das empresas, nunca esquecendo de que em outubro também se iniciam as divulgações dos resultados operacionais das empresas relativas ao terceiro trimestre de 2022.

Nosso trabalho permanente de análise e acompanhamento dos resultados das empresas, conferindo os resultados  com  as  premissas de nossos valuations é, e sempre será, de vital importância no nosso processo disciplinado de tomada de decisões e escolha das empresas que teremos e manteremos em carteira.

Seguimos com um otimismo cauteloso. Seguimos bem comprados, mas também com uma pequena reserva de caixa para eventuais novas oportunidades. Desta forma, iremos bem no curto prazo se a Bolsa subir, mas também estaremos mais protegidos se a Bolsa cair.

Todo esse ruído do processo eleitoral tem deixado algumas ações muito baratas. Acreditamos que passado esse ruído, independente do vencedor, os resultados e o valor das empresas irão aparecer e seremos recompensados pela paciência.

Em setembro, os Fundos de Ações VOKIN GBV Aconcágua e VOKIN K2 tiveram valorizações de +2,34% e +0,32% e acumulam valorizações de +5,15% e +8,21% no ano, respectivamente. O Ibovespa, benchmark dos fundos de ações, está com valorização de +4,97% no ano.

Nosso Fundo Multimercado VOKIN Everest teve valorização de +1,32% em setembro e acumula valorização de +11,69% no ano. O CDI, seu benchmark, está com valorização de +8,89% no ano. O Fundo VOKIN Everest está, portanto, com 131% do resultado do CDI no ano.

Desejamos um ótimo mês de outubro para todos, com muita saúde e paz.

Economia

A mensagem econômica das urnas

O resultado mais importante para o mundo da economia com o fim do primeiro turno das eleições em 02 de outubro foi a composição legislativa no Parlamento Federal. Ao obter uma quantidade de Deputados e Senadores que, ao menos, sinalizaram aos eleitores que estão alinhados com pautas de moderadas a liberais, entende-se que não teremos retrocesso em diversos pontos de avanço nos últimos anos, independente de quem ocupe o executivo. Os temas preservados – e que são considerados mais importantes dentro de uma agenda econômica – estão ligados à questão do teto dos gastos, à independência do Banco Central, à reforma trabalhista e ao fim da contribuição   sindical   obrigatória,   à   reforma da previdência e diversas pequenas mudanças tributárias. Todas elas têm, em comum, a necessidade de uma ampla votação nas duas casas para passar por modificações. É uma pena que nessa lista não se tenha uma reforma administrativa, mesmo que tímida. Mas eu sou otimista e, terminado o segundo turno, com boa vontade, seria  possível aprovar alguma coisa nos quase 60 dias que restariam até o final do ano. Mesmo com essa composição legislativa, acredito que boa parte dos eleitores não leram o “programa de governo” que o PT apresentou ao TSE para tomar suas   decisões. Mas eu li. Nele contém, apenas no campo da economia, uma lista enorme de intenções heterodoxas comprovadamente destruidoras         de riqueza: voltar a ter controle cambial; acabar com o teto dos gastos; usar as estatais para políticas públicas entendendo isso como gastos sociais; intervenção no preço dos combustíveis; subsídios ao crédito, usando os bancos públicos que também refinanciariam a dívida das famílias e pequenas empresas; totalmente contra as privatizações e concessões; fortalecimento das relações Sul-Sul (Unasul, Mercosul, Selac) e diversas outras que me fizeram lembrar da mistura de ideias que foram experimentadas no Brasil nas décadas de 1970-1980 e que só nos legaram anos de atraso econômico e social. É verdade que muitas dessas medidas podem ser implementadas apenas com a gestão do executivo, sem precisar passar pelo legislativo, bem como pode-se optar por governar por decreto. Mas, como citei anteriormente, as urnas nos deram uma proteção contra aventuras econômicas radicais. Seria isso um alívio? Claro que não! E existe um risco de adentrarmos em um cenário de volatilidade no ano que vem. O pano de fundo está dado: desaceleração econômica mundial com muitos países da Europa e os EUA entrando em recessão. Os juros internacionais serão maiores e teremos, ainda, muitas tensões geopolíticas. Em resumo: há uma maior aversão ao risco, dificultando a conquista de investidores externos. Países com elevadas reservas cambiais, que sejam exportadores líquidos principalmente com uma pauta de produtos básicos e que tenham baixo endividamento em moeda estrangeira, como é o caso do Brasil, levam vantagem. Mas isso não é o suficiente para garantir um cenário estável. Entramos em 2023 com uma dívida interna na casa dos 78% do PIB e boa parte dela vencendo em um prazo de um ano, o que irá demandar compromisso com a continuidade do ajuste fiscal. O mundo deve comprar menos produtos do Brasil, o que deve exigir empenho em abrir mais mercados e promover ações que reduzam o custo interno de produção (leia-se corte de tributos). Apesar da expectativa de queda dos juros internos de 13,75% para 11,25%, esse nível ainda representa um juro real perto de 6%, o que é extremamente restritivo do ponto de vista de crescimento e que reduz a dinâmica de arrecadação de tributos e, dessa forma, exigirá do Governo um controle de gastos para não entrarmos em nova trajetória de déficit primário. O mercado de trabalho já está perto de um patamar de taxa de desemprego considerado de equilíbrio e, como as reduções nessa taxa serão menores, é preciso conter a ansiedade política e a tentação de usar ferramentas de incentivo econômico que vão acabar gerando apenas desequilíbrio macro. Em resumo, independente de quem ocupe a cadeira do executivo em 2023, ele será empurrado a adotar medidas econômicas que classificamos como “ortodoxas” para garantir uma transição suave da economia até meados de 2024. Mais do que nunca, um Congresso reformista com propostas mais liberais é muito bem-vindo. Tomara que se tenha um alinhamento com o executivo para continuarmos destravando a economia.

Vokin GBV Aconcágua FIC FIA

Comentários dos Gestores

A bolsa brasileira fechou setembro com seu terceiro mês consecutivo de alta e descolada do difícil cenário externo, em que as bolsas continuaram a cair. A vantagem relativa do Brasil reside no bom trabalho que o Banco Central fez em começar bem mais cedo que os outros países o ciclo de alta nos juros, importante instrumento para conter a inflação, e que já traz os índices de aumentos de preços para baixo. No dia 22/09, o Copom manteve a taxa de juros e disse, em nota, que vai manter o patamar de 13,75% ainda por um período longo, o que fez os juros futuros caírem e a bolsa subir. Isso é diferente do que vemos nos EUA. Lá, a inflação continua em alta e o Fed, banco central americano, teve que manter um ritmo de alta forte dos juros, elevando-o em 0,75%, para entre 3% e 3,25%. Jerome Powell, presidente da instituição, fez discurso duro contra o aumento de preços e o gráfico das expectativas dos dirigentes do Banco Central mostra que a maioria espera juros igual ou acima de 4% este ano e que a taxa básica pode alcançar 5% no ano que vem, sem sinal de alívio até 2024. Como consequência disso, os juros de dez anos dos EUA atingiram o maior patamar desde 2010, chegando a 3,97% em termos nominais e 1,68% em termos reais.

A Europa também vive um período difícil, com estímulos fiscais, subsídios a energia e pacotes de ajuda a empresas desse setor sendo oferecidos por diversos países do bloco. Até mesmo a Inglaterra, que havia aumentado os juros em 0,75% em setembro, terminou o mês anunciando compra de ativos por seu Banco Central, o que, na prática, significa um afrouxamento monetário. A situação se mantém difícil pela proximidade do inverno e prolongamento das tensões com a Rússia. Vladimir Putin anunciou em cadeia nacional a primeira mobilização de soldados que estão na reserva desde a Segunda Guerra Mundial e disse estar disposto a utilizar “todos os meios” em sua defesa, indicando que pode recorrer a seu arsenal nuclear diante das dificuldades no conflito com a Ucrânia.

No Brasil, o mês de setembro foi marcado pela disputa eleitoral, cujo primeiro turno se encerrou no domingo, 02/10. Houve dois debates presidenciais no mês – um no SBT e um na Globo – e o evento de 07/09, que marcou os 200 anos da Independência do Brasil e que acabou sendo um ato de campanha para Jair Bolsonaro. Os programas de TV dos dois candidatos continuaram com aumentos de promessas de gastos públicos, com Bolsonaro propondo dar um Auxílio Brasil de R$ 800 aos beneficiários que conseguirem emprego, após o anúncio do bônus de R$ 150 que Lula pretende conceder a cada criança de até 6 anos.

Nesse período, permanecemos com o caixa do fundo um pouco mais elevado, entre 10% e 15% ao longo do mês, e com posições expostas a diferentes fatores de risco, minimizando potenciais perdas caso um ou outro candidato despontassem como francos favoritos ou ganhassem no primeiro turno. As ações da Ser Educacional foram as que melhor performaram no mês, apesar do resultado ruim no ano, afinal a empresa poderia ser beneficiada em um cenário em que Lula fosse eleito e retomasse o programa do FIES, algo que ele comentou durante sua campanha. No final do mês, aumentamos um pouco a exposição em empresas estatais nas quais tínhamos um bom upside, com o objetivo de proteger a carteira caso Bolsonaro surpreendesse no 1º turno.

As pesquisas indicavam que Lula tinha boas chances de sair vencedor no primeiro turno e que a diferença de sua votação para Bolsonaro seria ao redor de 15 pontos percentuais. O resultado da eleição foi bem diferente disso e mostrou que boa parte dos institutos de pesquisa erraram suas projeções. Lula terminou com 48,43% dos votos e Bolsonaro com 43,20%. As eleições para o Congresso também surpreenderam, com o partido de Bolsonaro, o Partido Liberal, elegendo a maior bancada na Câmara e Senado, além de uma boa votação entre partidos aliados ao atual governo. A coligação do PT elegeu menos congressistas do que esperava. Agora, teremos mais um mês de disputa pela frente e que deve ser muito acirrada, afinal, Bolsonaro terá palanque nos principais colégios eleitorais com o líder ou vencedor nas disputas estaduais. Além disso, tem a máquina pública a seu favor. Lula tem a vantagem de ter terminado 5 pontos percentuais na frente.

Teremos que ficar atentos aos debates, aos apoios que ganharão cada um dos candidatos e eventuais propostas adicionais que farão ao longo de outubro. Esse será o tema que mais deverá impactar os resultados das ações no mês. Em paralelo, é importante ficar atento ao cenário na Europa, monitorando os desdobramentos adicionais que as tensões entre a Rússia e o restante do continente podem causar, bem como seus impactos na inflação e juros globais.

Vokin K2 Long Biased FIA

Comentários dos Gestores

A Iochpe inaugurou uma nova planta de rodas de aço na Turquia que adicionará 1,5 milhão de rodas por ano em sua capacidade produtiva. Ao somar esse volume com o anúncio de aproximadas 500 mil rodas para veículos comerciais e máquinas agrícolas no Brasil, a Iochpe atingirá 10 milhões em capacidade nessa categoria. A companhia também comunicou a construção de uma nova planta de rodas de alumínio para veículos comerciais, com início das operações previsto para o final de 2024 e capacidade anual de 350 mil rodas.

A Suzano informou que uma de suas linhas de produção, em Aracruz, terá uma paralisação temporária de 45 dias para substituir partes da caldeira de recuperação e instalar um sistema de cristalização. O investimento do projeto totaliza R$ 298 milhões, dos quais R$ 188 milhões já foram investidos até julho. A empresa também encerrou o programa de recompra de ações referente ao mês de julho, no qual foram adquiridas 20 milhões de ações no valor total de R$ 937 milhões.

A Tim comunicou alterações no Preço de Fechamento Ajustado na compra dos ativos da Oi Móvel. Segundo a companhia, foram identificadas divergências em premissas e critérios de cálculo no Capital de Giro, Dívida Líquida, Capex e Adições Líquidas, levando à redução de R$ 1,4 bilhões na proposta em benefício da Tim, além de outros R$ 231 milhões referentes a indenizações por divergências nos contratos de infraestrutura móvel da SPE Cozani. A Oi terá 30 dias para analisar e retornar quanto às alterações propostas. A Tim reiterou que não haverá implicações no último guidance publicado. Por fim, a companhia também anunciou o pagamento de R$ 480 milhões em juros sobre capital próprio, no valor bruto de R$ 0,19 por ação, que ocorrerá em duas parcelas previstas para 31 de outubro e 31 de janeiro.

O Banrisul anunciou a emissão de Letras Financeiras Subordinadas no montante de R$ 300 milhões, com prazo de validade de 10 anos, podendo ser recompradas pela companhia após o 5º ano. O valor levantado é elegível para compor o Capital Nível II do patrimônio de referência do Banco. O Banrisul também deliberou o pagamento de juros sobre capital próprio referente ao 3º trimestre de 2022 no valor bruto de R$ 45 milhões, sendo R$ 0,11 por ação.

A Itaúsa concluiu o investimento feito em conjunto com a Votorantim na CCR, que consiste na compra de 14,86% de seu capital por R$ 4,1 bilhões, referente à participação que a Andrade Gutierrez detinha na empresa. Do valor total da transação, R$ 2,9 bilhões serão investidos pela Itaúsa por 10,33% do capital da adquirida e o restante pela Votorantim. Os recursos serão provenientes do caixa próprio da Holding e da 5ª emissão de debêntures finalizada recentemente.

A 3R exerceu a opção de compra de 15% do capital social da 3R Offshore por R$ 12 milhões, adquirindo uma parcela que era detida pela DBO 2.0. A companhia passará a deter 85% do capital social da subsidiária, aumentando sua participação nos Polos Peroá e Papa Terra para 85% e 53,13% respectivamente. Com isso, o portfólio da 3R será de 534 milhões de boe (barris de óleo equivalente) em reservas 2P (provadas + prováveis), sendo 72% 1P (provadas), o equivalente a 384 milhões de boe. A 3R também comunicou a reeleição de Roberto Castello Branco, para o cargo de CEO, e dos membros da Diretoria Estatutária. Por fim, a companhia comunicou a liquidação das debêntures anunciadas em agosto no valor de R$ 900 milhões.

O Fleury anunciou a aquisição das operações da Retina Clinic na cidade de São Paulo pelo valor de R$ 21 milhões. A adquirida teve o faturamento de R$ 23,4 milhões em 2021 e presta serviços oftalmológicos no setor de retina. A companhia também inaugurou sua terceira unidade da Vita Ortopedia e Fisioterapia em 2022, expandindo organicamente sua vertical de “Novos Elos”, que contará com um novo Diretor Executivo a partir de outubro. A vertical em questão engloba serviços de saúde além de exames e diagnósticos.

A Tecnisa informou que a Ação Direta de Inconstitucionalidade, promovida pelo Ministério Público  de  São  Paulo,  foi  julgada  improcedente  de modo que a Lei 17.561/2021 estará em plena vigência no momento. A Lei em questão altera diretrizes gerais da Operação Urbana Consorciada Água Branca, que compreende o bairro planejado Jardim das Perdizes, projeto no qual a Empresa tem participação.

Vokin Everest FIC FIM

Comentários dos Gestores

O grande destaque para os mercados financeiros no mês de setembro foi o movimento do Federal Reserve, Banco Central dos Estados Unidos, que elevou, novamente, a taxa de juros em 0,75 pontos percentuais, chegando agora ao intervalo de 3,00% – 3,25%. A decisão era amplamente esperada pelo mercado e visa conter a maior inflação em mais de 40 anos, porém, após a divulgação, os dirigentes mantiveram o tom duro nos pronunciamentos, o que levou a um novo movimento de alta nas curvas de juros futuros, ao fortalecimento global do dólar e uma queda nas bolsas de valores e títulos de renda fixa.

Esse movimento também foi acompanhado por diversos outros países desenvolvidos, especialmente na Europa, onde permanecem as preocupações com relação à alta da inflação em função do problema energético, já que, apesar dos preços do petróleo terem apresentado queda no mês, os preços do gás natural e carvão seguem em patamares elevados. O cenário de uma recessão mais forte na região é cada vez mais iminente e os governos estão com pouca margem de manobra. No Reino Unido, por exemplo, o anúncio de um agressivo pacote fiscal levou a uma queda acentuada da libra esterlina e um aumento nas curvas de juros, inclusive fazendo com que o Banco da Inglaterra anunciasse um plano de compras temporárias de títulos de longo prazo do governo. O plano foi tão mal-recebido que o próprio governo anunciou que algumas medidas não seriam implementadas.

Já no Brasil, após um movimento de 12 aumentos consecutivos de alta na taxa Selic, o Banco Central manteve a taxa em 13,75% na sua última reunião. Apesar da sinalização de que poderá voltar a elevar a taxa básica de juros caso o cenário inflacionário piore, a maioria das projeções aponta que o ciclo de alta tenha se encerrado neste patamar, já indicando um possível movimento de redução na taxa a partir do segundo trimestre do próximo ano. O Brasil segue com uma dinâmica favorável frente aos demais emergentes, o que impactou em menor volatilidade para os ativos de risco mesmo no período pré-eleitoral, geralmente bastante conturbado. O Ibovespa encerrou o mês com desempenho levemente positivo, alta +0,47%, o dólar se valorizou frente ao real (+4,48%) e tivemos novo fechamento da curva de juros reais (representando alta de +1,48% no IMA-B).

A combinação de um novo movimento de alta nas curvas de juros nos países desenvolvidos e fortalecimento do dólar – posições importantes de fundos multimercados macro – proporcionaram outro mês de desempenho bastante favorável para o Everest, que encerrou com alta de 1,32%, ante 1,07% do CDI, acumulando alta de 11,69% no ano, contra 8,89% do CDI, equivalente a 131,4% do CDI no ano. Destaques no mês foram os fundos multimercado macro SPX Nimitz (+5,27% no mês), Absolute Vertex (3,80%) e Ibiúna STH (2,48%). Os piores desempenhos ficaram por conta de três fundos quantitativos, Giant Sigma (-3,00%), Clave Cortex (-2,67%) e Kadima High Vol (-2,59%). Não foram feitos ajustes na carteira durante o mês.

Já com relação ao início de outubro, a significativa reação positiva no mercado local com o resultado do primeiro turno das eleições, seja na bolsa de valores, câmbio ou juros, indica uma dinâmica de que, apesar do ex-presidente Lula poder confirmar seu eventual favoritismo no segundo turno, a nova composição do Congresso e dos Governos Estaduais deverão impor desafios ao seu poder de atuação. De qualquer forma, ainda teremos mais quatro semanas de campanha eleitoral e que podem trazer elementos novos até o dia das eleições. O cenário internacional segue demandando cautela, principalmente se o ciclo de alta dos juros nos Estados Unidos trouxer uma ruptura mais forte no mercado de trabalho, prolongando a perspectiva de recessão no país, ainda que novos indicadores estejam apontando para um possível enfraquecimento mais rápido nos dados de inflação.

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