Carta 210Julho 2022
Comentário do gestor
Prezados Coinvestidores,
Em julho, nossos fundos de ações Vokin GBV Aconcágua e Vokin K2 tiveram valorizações de +4,06% e +7,09%, respectivamente, e o Ibovespa valorizou +4,69%.
No acumulado do ano, os fundos estão com desvalorizações de -2,64% e -2,92%, e o Ibovespa com -1,58%.
Nos últimos doze meses temos -10,88% e -10,55%, e o Ibovespa -15,30%.
Nosso Fundo Multimercado Vokin Everest teve valorização de +0,80% em julho, acumula valorização de +8,20% no ano e +10,53% nos últimos 12 meses. O Fundo está melhor do que o seu benchmark, o CDI, que acumula +6,49% no ano e +9,39% nos últimos 12 meses.
Períodos que antecedem eleições no Brasil costumam ser períodos de maior volatilidade no mercado de ações. Já estamos acostumados com isso. E já aprendemos a não virar torcedores, mas a ajustarmos as carteiras de ações para qualquer que seja o resultado das eleições.
No dia 02/10, daqui a nove semanas, teremos o primeiro turno das eleições que escolherão o novo Presidente, novos Governadores, 1/3 de novos Senadores e novos Deputados Federais e Estaduais. Onde houver segundo turno, as eleições serão decidias no dia 30/10, quatro semanas depois.
Na corrida presidencial, um agregado de pesquisas mostra Lula com boa vantagem sobre Bolsonaro – embora essas pesquisas ainda não tenham tido o impacto das últimas medidas do governo, como o aumento do Auxílio Brasil e a diminuição dos impostos sobre combustíveis.
Bolsonaro está na frente nas regiões Sul, Centro- oeste e Norte do país, mas Lula tem ampla vantagem na região Nordeste e uma pequena vantagem na região Sudeste.
A região Sudeste (SP, MG, RJ e ES) responde por 42,64% dos eleitores do Brasil, seguido pela região Nordeste, com 27,11% dos eleitores, região Sul com 14,42%, região Norte com 8,03% e Centro-Oeste com 7,38%.
Embora a maioria das pessoas esteja mais preocupada com as eleições majoritárias, entendemos que a eleição para o Congresso Nacional seja de vital importância, visto que o Congresso tem sido o poder moderador dos últimos mandatos.
Acreditamos que, neste ano, a mudança de Deputados Federais será menor do que em 2018, e que o Congresso Nacional seguirá sendo um Congresso que evitará excessos de qualquer que seja o presidente escolhido.
Lula e Bolsonaro são conhecidos. Ambos já foram presidentes e, gostando ou não de qualquer um deles, não teremos, salvo algum imprevisto, um presidente desconhecido em 2023. Mas, como disse o Conselheiro Aires, personagem de Machado de Assis, o imprevisto pode ter o voto decisivo na assembleia dos acontecimentos. E muito ainda pode acontecer até as eleições.
Quando nos demostram preocupação com a vitória de um ou de outro candidato, costumamos responder que o Brasil é muito grande e que não acreditamos que seguiremos o caminho da Argentina e, muito menos, o da Venezuela. O que está acontecendo nos dois países são uma aula de graça para os políticos brasileiros.
Em 1960, o Brasil respondia por apenas 26,4% do PIB gerado na América do Sul, enquanto a Argentina representava 37,9% e a Venezuela, 12,1%.
Hoje, passados 62 anos, o Brasil representa 50,4%, a Argentina, 15,5%, e a Venezuela, 1,3%. Ou seja, hoje, o PIB brasileiro é muito importante para muitas empresas multinacionais e o Brasil está inserido na economia mundial de forma diferente.
Embora estejamos acompanhando de perto as eleições, nosso foco maior continua sendo nos resultados operacionais das empresas em que estamos investindo, considerando que essas empresas continuarão performando bem, independente do resultado das eleições.
Já iniciamos o período de divulgação de resultados do segundo trimestre de 2022. Algumas de nossas empresas já divulgaram os seus resultados e esses vieram em linha ou até melhor que esperávamos.
No caso de Petrobras, a receita cresceu para R$ 170 bilhões no segundo trimestre de 2022, uma alta de +54% sobre o segundo trimestre de 2021. O Ebitda cresceu +65%, para R$ 99 bilhões; e o Lucro Líquido cresceu +26,8%, para R$ 54 bilhões.
No caso da TIM, a receita cresceu +22% (trimestre contra trimestre do ano passado), para R$ 5,4 bilhões; o Ebitda cresceu +18%, para R$ 2,5 bilhões; e o lucro caiu para R$ 313 milhões por conta de maiores despesas financeiras após a TIM ter pago R$ 7 bilhões pela maior fatia de clientes da Oi (16 milhões de clientes). Hoje, a TIM tem 66 milhões de clientes em telefonia móvel.
Na Rede de atacarejo Assaí, o crescimento da receita foi de +32,7% (+15% mesmas lojas), para R$ 13,3 bilhões. O Ebitda cresceu +29,9%, para R$ 978 milhões, e o Lucro Líquido cresceu +20,8%, para R$ 319 milhões.
No caso do Grupo Pão de Açúcar, a receita cresceu +9,3%, para R$ 11 bilhões. O Ebitda foi de R$ 706 milhões, queda de -9%, e a empresa teve pequeno prejuízo em função de ajustes nas lojas.
Apesar de o Ibovespa e nossos fundos estarem no campo negativo até aqui neste ano, temos observado forte crescimento na receita e na maioria dos resultados das empresas em que estamos investindo.
E enquanto o Ibovespa, principal índice da Bolsa Brasileira, cai -1,58% até o final de julho, os principais índices de ações do mundo têm quedas maiores. FTSE 100, da Inglaterra, cai -9,6%; S&P 500, dos EUA, cai -13,3%; Nikkei, do Japão, cai -16,6%; e CSI 300, da China, cai -20,5% até aqui no ano.
Consideramos que as empresas brasileiras, especialmente as que estamos investindo, estejam baratas pelos seus fundamentos e por seus múltiplos históricos. As empresas do Ibovespa, no agregado, estão valendo 6,1x o lucro estimado para este ano, número baixo em relação à média histórica de 11,2x, médias dos últimos 15 anos.
A queda nos preços das ações é resultado do momento de aversão ao risco que estamos passando, da alta taxa de juros, e das incertezas eleitorais.
Os resultados das empresas, por outro lado, estão crescendo. E as projeções de resultados se mantêm positivas e em crescimento.
Como sempre lembramos: em investimentos racionais e de valor temos que olhar para as empresas em que estamos investindo, seus resultados e perspectivas, e não olhar para o gráfico de preços, as oscilações diárias ou mensais e, muito menos, para o que o mercado está fazendo. Temos que aproveitas as oportunidades que o mercado nos dá e não seguir o que o mercado está fazendo.
Temos que ser racionais quando o mercado é emocional. Temos que ter paciência, saber esperar, sabendo que isso nos coloca em grande vantagem sobre aqueles que não sabem esperar.
Com o tempo, os preços convergem para os valores intrínsecos das empresas.
Desejamos um ótimo mês de agosto para todos, com muita paciência, saúde e paz.
Economia
Cenário positivo no Brasil
A última semana de julho trouxe mais indicadores positivos para a economia brasileira e tudo leva a crer que as notícias boas ainda devem seguir nos próximos meses. Vejamos alguns pontos: i) inflação medida pelo IPCA-15 veio próxima de 0%; ii) o mercado formal teve mais um mês de vagas líquidas criadas; iii) a taxa de desemprego teve nova queda; iv) mês de junho com mais um superávit primário do Governo Federal; v) concessões de crédito seguem em expansão. No caso da inflação, as expectativas são de resultados menores na leitura de agosto uma vez que há novas reduções de preços dos combustíveis e da conta de energia que não foram captados na leitura de inflação de julho. Como o IPCA do terceiro trimestre de 2021 foi alto (julho= 0,96%; agosto= 0,87%; setembro= 1,16%), a menor leitura de 2022 pode contribuir para trazer o acumulado de 12 meses dos atuais 11,89% (até junho) para 9,5% ao fim de setembro (indicador a ser conhecido na primeira semana de outubro), permitindo que o ano se encerre mais perto de 7,2%. Um resultado impensável até então. Outro fundamento de destaque é o mercado de trabalho que surpreendeu em vários aspectos. Em primeiro lugar, com a geração de vagas formais que, nesse primeiro trimestre, registrou 1,3 milhão de vagas, mantendo um ritmo forte no póspandemia e com destaque para o setor de serviços (788 mil). Mas o ano também tem se mostrado muito positivo para a construção civil, com 184 mil vagas líquidas criadas – um avanço de 8% sobre o ano passado – refletindo tanto obras de edificações nas cidades quanto de infraestrutura. E o mercado informal também voltou a ter maior ocupação. Foram 1,2 milhão somente no segundo trimestre, contribuindo para puxar a taxa de desemprego para 9,1% (ajustada sazonalmente). E, mesmo com a inflação alta, o rendimento real das ocupações nesse segundo trimestre, de +0,7%, fez com que a massa de salários fosse acrescida de R$ 11 bi no período, o que é mais um fator a impulsionar as vendas do comércio e a atividade do setor de serviços. O bom momento da economia está ajudando o Governo Federal a ajustar as contas fiscais. Nesses seis primeiros meses do ano, o resultado primário ficou em +R$ 53 bilhões, muito melhor que o déficit de R$ 53 bilhões registrado no mesmo período de 2021. Uma parte desse resultado se deve ao aumento de arrecadação de tributos ligados à renda, como o Imposto de Renda PF (R$ 60 bi adicionais) e, ainda, ao desempenho das empresas, como a CSLL, com +R$ 25 bilhões. Mas a receita de concessões e permissões contribuiu com outros R$ 41 bilhões, e o repasse de dividendos outros R$ 45 bilhões. Destaque que esses números ainda não contemplam os novos repasses programados pela Petrobras e anunciados ao final de julho, que devem melhorar ainda mais os resultados fiscais nesse segundo semestre. Porém, não podemos deixar de citar o controle de gastos que tem sido feito. A despesa com pessoal e encargos, por exemplo, caiu R$ 21,8 bilhões nesse primeiro semestre. Isso dá 12% a menos em termos reais. Alguém aqui se lembra de algum governo fazendo cortes de gasto de pessoal em ano eleitoral? Pois é, isso nunca aconteceu . É a primeira vez na nossa história. É fato que as despesas totais seguiram aumentando +1,2%, mas muito pela alta do pagamento de abono e seguro-desemprego, Fundeb e demais despesas com programação financeira, todas de caráter temporário. Na leitura de 12 meses, de forma surpreendente, o Governo Federal já apresenta um superávit primário de R$ 75 bilhões, o que equivale a 0,93% do PIB. Ou seja, há espaço fiscal para acomodar todas as “benesses” que foram concedidas recentemente, como a majoração do Auxílio Brasil e diversas desonerações e incentivos concedidos – muito criticadas por analistas. Aliás, compare os números fiscais do Brasil com os países Europeus que encontram enormes dificuldades em trazer as contas para o azul. Apesar do cenário econômico positivo no Brasil que os números recentes apontam, é importante entender que não há como mantermos taxas de crescimento nos anos seguintes com o mundo caminhando para a recessão. As restrições irão aparecer e, para enfrentar essa turbulência, o manual recomenda “reformas”. Entraremos em 2023 com um novo Congresso. Que ele seja reformista proliberdade econômica.
Vokin GBV Aconcágua FIC FIA
Comentários dos Gestores
O mês de julho foi de recuperação para os ativos de risco no Brasil e no mundo. Nos EUA, o resultado do PIB do segundo trimestre do ano surpreendeu negativamente, caindo 0,9% em termos anualizados, após ter caído 1,6% no primeiro trimestre. A queda do PIB foi importante para fazer os juros americanos caírem, na expectativa de que o Banco Central do país não precise elevar essa taxa tanto quanto se esperava, afinal, a economia já está desacelerando. A taxa de juros de dez anos, que vinha subindo consistentemente e chegou a atingir 3,49% em junho – o maior patamar desde 2011 – recuou para menos de 2,70% no final de julho. A taxa de curto prazo, controlada pelo Banco Central, foi elevada para 2,5% a.a., atingindo o que o Federal Reserve considera uma taxa neutra, que em tempos normais nem acelera nem desacelera a inflação. Nesse momento, porém, pela forte alta dos preços, o juro deve se elevar acima desse patamar.
No Brasil, tivemos a aprovação da emenda constitucional que ficou conhecida como PEC das bondades, com custo estimado de R$41,25 bilhões, cujo principal gasto se refere ao aumento do Auxílio Brasil para R$600. Além disso, a desoneração dos tributos federais sobre os combustíveis faz com que o Governo deixe de arrecadar R$16,8 bilhões. Esses valores serão compensados com receitas extraordinárias e dividendos, como o da Petrobras. As seguidas surpresas positivas na arrecadação federal, porém, podem levar ao primeiro superávit primário desde 2013. A desoneração dos impostos sobre os combustíveis também foi importante para diminuir a inflação, dado que a queda dos preços nas bombas começou a ser sentida a partir de julho. Esse cenário positivo próximo da eleição era o objetivo de Bolsonaro para ter chances no pleito de outubro. A expectativa para o PIB desse ano já se aproxima de 2%, porém o legado que está sendo deixado para o ano que vem é desafiador, na medida que haverá dificuldade para voltar atrás com os aumentos de benefícios implantados nesse ano, o que pode manter as contas públicas pressionadas.
A eleição também fez Bolsonaro chamar Embaixadores de vários países para mostrar supostas fraudes no sistema eleitoral, o que não pegou bem e levou a reações como um manifesto em defesa da democracia organizado pela faculdade de direito da USP e que vem recebendo a assinatura de diversos empresários. Ainda teremos três meses com intensas notícias sobre as eleições.
No mês, o Vokin GBV Aconcágua fechou com resultado de 4,06%, enquanto o Ibovespa fechou com 4,69%.
O Ibovespa teve alta puxada, principalmente, pela Petrobras, que representou 2,90% da alta de 4,69% em julho, ou seja, quase 2/3 da alta do índice, e que foi explicado pelo excelente desempenho da empresa no segundo trimestre e pelo alto dividendo pago. No mês, nos aproveitamos das quedas recentes e montamos, novamente, uma posição em Pão de Açúcar. Nós havíamos encerrado nossa participação na empresa em abril de 2021, há quase um ano e meio, quando o preço da ação chegou a R$34. Com a queda recente, a ação chegou a R$15 e achamos que seria um bom momento para voltarmos a tê-la na carteira. O Pão de Açúcar é uma rede de supermercados composta pelas bandeiras Extra, Compre Bem, Extra mini, Pão de Açúcar e Minuto Pão de Açúcar e que possui uma importante operação na Colômbia, sob o nome Éxito. Recentemente, vendeu sua bandeira de Hipermercado, o Extra Hiper, para o Assaí (que irá convertê-las em lojas de atacarejo) por R$5,2 bilhões, de forma parcelada, entre 2021 e 2024. Com a transação, estimamos que a dívida líquida da companhia estará zerada em 2024. O grande desafio da empresa é manter a rentabilidade das lojas em meio a uma diminuição de seu volume de vendas, na medida que o atacarejo vem ganhando espaço nas ocasiões de compra do consumidor, que vem preterindo os modelos tradicionais, seja por uma questão de renda ou de hábito de consumo. Acreditamos que os preços atuais já embutem uma margem negativa para as operações Brasil e uma queda nas operações da Colômbia, o que nos parece exagerado, mesmo reconhecendo o cenário desafiador do negócio.
Para os próximos meses, devemos ficar atentos aos sinais de recessão nos EUA e Europa e se a desaceleração econômica recente será suficiente para diminuir a inflação para os patamares almejados. A curva de juros americana de 10 anos menos a curva de 2 anos ficou negativa em julho, e esse é um sinal que previu grande parte das últimas recessões americanas. Será importante também monitorarmos os planos de governo e as propostas dos dois principais candidatos ao Palácio do Planalto para podermos traçar cenários para a contas do governo, crescimento, inflação, juros e, por consequência, os impactos para as empresas que analisamos.
Vokin K2 Long Biased FIA
Comentários dos Gestores
A Petrobras aprovou o pagamento de dividendos no valor de R$ 6,73 por ação, que serão pagos em duas parcelas equivalentes nos dias 31 de agosto e 20 de setembro. Do valor aprovado, R$ 3,90 por ação se referem à antecipação da remuneração de acionistas relativa a 2022 com base no balanço de 30 de junho, o restante será pago por meio da conta de reservas de retenção de lucros do balanço de 2021. A companhia reiterou que o dividendo proposto está alinhado com sua Política de Remuneração de Acionistas e que a decisão foi considerada como a de maior eficiência para otimizar a alocação de caixa. No primeiro semestre de 2022, a Petrobras recolheu o equivalente a R$ 147,2 bilhões aos cofres públicos – R$ 78,6 bi em tributos próprios, R$ 44,3 bi em participações societárias e R$ 24,3 bi em tributos retidos de terceiros – dos quais R$ 95,2 bilhões foram recolhidos para a União. Por fim, a companhia reiterou a competência de sua Diretoria Executiva na formulação das políticas de preço, alinhadas aos preços internacionais, adicionando, contudo, uma camada adicional de supervisão pelo Conselho de Administração e Fiscal nos reportes trimestrais da Diretoria.
A Suzano divulgou um novo aditivo ao acordo de acionistas firmado em 2017, prorrogando em mais
15 anos o acordo inicial que garante o controle da empresa pela família Feffer, que se estenderá até 2042, ao impedir a transferência de ações da família para terceiros. A Suzano também anunciou a aprovação de um novo programa de recompra de ações, com a possibilidade de adquirir até 2,8% de seu capital social, equivalente a pouco menos de R$ 1 bilhão. Por fim, as estimativas de Capex da Suzano para o exercício de 2022 foram atualizadas de R$ 13,3 bilhões para R$ 16,1 bilhões, sobretudo decorrente da aquisição de ativos florestais da Parkia e Caravelas.
A Itaúsa comunicou a alienação de 1,26% do capital social da XP, pelo valor aproximado de R$ 665 milhões considerando a taxa de câmbio de R$ 5,39, impactando positivamente os resultados da holding em por volta de R$ 300 milhões, líquidos de impostos. Com a venda, a Itaúsa permanecerá com 10,31% do capital social da XP. Os recursos levantados, além de debêntures anunciadas no montante de R$ 3,5 bilhões, serão utilizados para o financiamento da recente aquisição de participação acionária na CCR, através do investimento de R$ 2,9 bilhões por 10,33% de seu capital total, além do reforço de caixa e pagamentos de custos e despesas operacionais.
A BRF comunicou que sua unidade produtiva localizada em Abu Dhabi foi autorizada, pelo serviço sanitário saudita, a retomar a exportação de carnes de aves para a Arábia Saudita. O embargo estava em vigor desde agosto de 2019 após a auditoria. A unidade em questão, localizada em Kizad, foi inaugurada em 2014 e possui capacidade produtiva de 80 mil toneladas por ano. A BRF também divulgou uma nova transação de Partes Relacionadas com a Marfrig no valor de US$ 10 milhões, por meio da qual a Quickfood distribuirá produtos da marca Sadia na Argentina. O contrato é prorrogável e prevê o volume estimado de 2.500 toneladas no mercado.
A Tim anunciou a substituição da corretora Genial pelo BTG Pactual como novo formador de mercado da companhia. O contrato assinado é prorrogável e será válido pelo período de 12 meses. Com isso, o BTG será responsável por aumentar a liquidez das ações da Tim na B3, se comprometendo em manter ofertas de compra e venda de forma regular e contínua.
O Banrisul anunciou que está em negociações com entidades sindicais visando implementar um Programa de Desligamento Voluntário. Atualmente, o Banrisul possui um quadro de funcionários composto por volta de 8,9 mil empregados efetivados. Caso aprovado, existirá um potencial ganho de eficiência, com o Banco reduzindo despesas recorrentes em meio à digitalização do setor.
Vokin Everest FIC FIM
Comentários dos Gestores
Depois de alguns meses de bastante volatilidade nos mercados, julho foi um mês mais ameno, com as bolsas recuperando um pouco das perdas recentes, quedas nos preços de algumas commodities relacionadas a energia e alimentos – que vinham pressionando os indicadores de inflação no mundo – e fechamento das curvas de juros futuros nos países desenvolvidos, sinalizando uma possível menor necessidade dos Bancos Centrais terem que elevar os juros para combater a inflação em função dos sinais de desaceleração econômica. Já próximo ao final do mês, em decisão esperada pelo mercado, o Banco Central dos Estados Unidos elevou novamente a taxa de juros em 0,75 p.p., passando para um intervalo entre 2,25% e 2,50%. No comunicado da decisão, foi sinalizado que uma nova alta de juros na próxima reunião será em magnitude igual ou menor que a desta decisão, dado que as pressões inflacionárias seguem amplas, mas que o preço de algumas commodities já cederam e os gastos dos consumidores estão desacelerando.
No Brasil, os dados de atividade econômica seguem positivos, principalmente com relação ao robusto nível de criação de empregos e aos sinais mais claros de reversão das pressões inflacionárias, principalmente de combustíveis. A agenda política está cada vez mais dominada pelas articulações visando as eleições, sendo que as sinalizações com relação ao nível de gasto público permanecem impactando em aumento nas taxas de juros reais de longo prazo. A taxa dos títulos públicos indexados à inflação com vencimento em 2050, por exemplo, voltou a superar o nível de 6,3%, patamar não atingido desde o início de 2016. O Ibovespa encerrou o mês com alta +4,69%, o dólar se desvalorizou -1,58% frente ao real e tivemos abertura da curva de juros reais (representando queda de -0,88% no IMA-B).
A dinâmica dominante nos mercados globais até meados de junho, em que as constantes surpresas inflacionárias pressionavam os Bancos Centrais a adotarem um discurso de maior preocupação com os aumentos de preços, precificando assim diversas elevações nas taxas de juros, teve alteração importante no último mês, quando começaram a ser divulgados dados mais claros de enfraquecimento da atividade econômica.
O Everest encerrou o mês com resultado próximo ao CDI: alta de 0,80%, ante 1,03% do CDI, e acumulando alta de 8,19% no ano, contra 6,49% do CDI, equivalente a 126% do CDI no ano. Acompanhando a recuperação das bolsas, os maiores destaques positivos no mês foram dos fundos com maior exposição direcional em ações, como GBV Aconcágua (+4,06% no mês) e IP Value Hedge (+3,73%), além do quantitativo Giant Sigma (+3,47%). Os piores desempenhos vieram dos fundos multimercados macro, que permanecem entregando um excelente resultado no ano, como Ibiúna STH (-2,06% no mês) e SPX Nimitz (-1,19%), assim como da posição direcional em juros reais (-1,97% na NTN-B 2035).
Em julho, foram efetuados três ajustes na carteira, com aumento nos fundos multimercados macro Ibiúna STH e Gávea Macro Plus – que estavam fechados há algum tempo e reabriram para captações – e o resgate total do quantitativo Pandhora Long Bias, posição que já era pequena e que não vinha contribuindo conforme o esperado para a estratégia.
Acreditamos que as atenções deverão permanecer concentradas nos novos dados de inflação e atividade, com os gestores adotando posições mais táticas do que estruturais. No Brasil, devemos continuar observando uma tendência positiva na divulgação de dados econômicos, porém com destaque cada vez maior para os projetos de governo dos principais candidatos.
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