Carta 179Dezembro 2019
Comentário do gestor
Prezados Coinvestidores,
Prezados Coinvestidores, Feliz Ano Novo!
Temos muito a comemorar dos resultados de 2019!
E o melhor: temos ótimas perspectivas para o ano de 2020!
Em 2019, nossos Fundos de Ações Vokin GBV Aconcágua e Vokin K2 tiveram renta-bilidade de +54,09% e +47,30%, quando o Ibovespa teve +31,58%. Atingimos – com folga – nossos objetivos de render mais do que o Ibovespa.
Nos últimos 4 anos, nossos Fundos de Ações estão em 3º e 4º lugar em Sharpe (Retorno/Risco) dentre 422 fundos de ações com mais de 10 cotistas e mais de R$ 10 milhões de patrimônio no Brasil.
O que nos espera em 2020 e adiante?
No livro de Gênesis, primeiro livro da Bí-blia, José interpretou o sonho do rei, di-zendo que, no Egito, haveria 7 anos de fartura seguidos de 7 anos de escassez. O rei havia sonhado com 7 vacas gordas sain-do do rio Nilo, seguidas de 7 vacas magras.
Além de interpretar o sonho, José reco-mendou que o Rei guardasse 20% da co-lheita dos anos bons, para se preparar para os anos ruins. O Rei nomeou José governa-dor do Egito.
Lembramos desta história bíblica para fa-zer referência a períodos de anos bons e períodos de anos ruins que se intercalam.
No Brasil pós Plano Real (1994) tivemos 15 anos seguidos de crescimento econômico:
1994: +5,85%,
1995: +4,22%
1996: +2,21%
1997: +3,39%
1998: +0,34%
1999: +0,47%
2000: +4,39%
2001: +1,39%
2002: +3,05%
2003: +1,14%
2004: +5,76%
2005: +3,20%
2006:+3,96%
2007: +6,07%
2008: +5,09%
O crescimento médio desses 15 anos foi de 3,36% ao ano.
Em 2009, tivemos um ano negativo: -0,13%, seguido de um crescimento forte em 2010: +7,53%. Na média dos dois anos tivemos crescimento de +3,65%.
Entre 2011 e 2013, tivemos crescimentos de +3,97%, +1,92% e +3,00%, média de +2,96% ao ano.
De 2014 para cá, últimos 6 anos, não tive-mos crescimento econômico:
2014: +0,50%
2015: -3,55%
2016: -3,31%
2017: +1,06%
2018: +1,12% e
2019: +1%
Ou seja, depois da queda forte do PIB em 2015 e 2016, tivemos apenas uma pequena recuperação, sem recuperar o patamar anterior.
Acreditamos que estamos apenas no início de um ciclo de recuperação econômica.
Por que razões e motivos, então, acredita-mos que 2020 poderá ser um bom ano e o início de um período de bons anos para a economia brasileira?
- Estamos com o Governo fazendo o de-ver de casa e ajustando as contas públicas. Isto passa confiança para todos investido-res (locais e internacionais);
- A inflação está sob controle e os juros estão no menor patamar histórico (4,5% ao ano);
- Juros baixos incentivam investimentos, tomada de crédito e estimulam a econo-mia;
- Indicadores antecedentes já mostram que a economia começou a melhorar, a gerar empregos e renda para a população;
- As empresas que sobreviveram ao pior período econômico dos últimos anos no Brasil, agora estão fortalecidas para apro-veitar esta retomada econômica, e têm juros baratos para investir;
- Os Valuations das empresas ainda estão atrativos para investirmos, ainda mais com juro básico na casa dos 4,5% ao ano.
Nosso otimismo é sempre cauteloso!
Sabemos da iminência de uma guerra en-tre EUA e Irã e de que acontecimentos aleatórios podem interferir na economia mundial e brasileira, mas buscando ser objetivos e racionais, com foco no longo prazo, acreditamos que vivemos um ótimo momento no Brasil.
Warren Buffett costuma dizer que um dos segredos para os relacionamentos dura-rem é a baixa expectativa. Não esperem, portanto, que consigamos render 20 pon-tos percentuais a mais do que o Ibovespa nos Fundos de Ações novamente em 2020!
Acreditamos, contudo, que conseguire-mos, com nosso processo e trabalho, supe-rar o Ibovespa nos Fundos de Ações Vokin GBV Aconcágua e Vokin K2. Muito obrigado pela confiança e por esta-rem junto conosco!
Economia
As muitas surpresas.
O ano se inicia ainda sob a influência dos acontecimentos recentes e que inundaram o cenário político e econômico internacional e nacional e contribuíram para mudar diversas percepções do futuro próximo. Vamos falar primeiro dos fatores positivos. Depois de constar, durante meses, como principal elemento de risco para o crescimento das duas maiores economias do mundo, a “Guerra Comercial” travada entre EUA e China chegou, finalmente, a um momento de desfecho e com final feliz. O acordo elimina incertezas e traz de volta uma visão otimista para o crescimento da indústria, em ambos os países. O segundo acontecimento, que também está caminhando para um desfecho positivo, é o Brexit. Até que enfim a novela, que se iniciou em um referendo popular em junho de 2016 (51,9% a favor da saída do Reino Unido da União Europeia), vai se encerrar. A dissolução do parlamento em 6 de novembro e a convocação de novas eleições mudou a configuração política e o partido conservador conquistou 47 cadeiras a mais do que a eleição anterior, ficando com 365 de um total de 650 cadeiras, mais do que o suficiente para garantir a aprovação final da saída do Reino Unido antes do prazo estipulado para 31 de janeiro de 2020 (foi a maior derrota do partido trabalhista dos últimos 80 anos). O Reino Unido já estaria pronto, do ponto de vista econômico, para esse evento, e os analistas, hoje, conseguem entender melhor seus impactos. De outro lado, tivemos dois acontecimentos com efeito negativo sobre o cenário internacional. O primeiro foi a aprovação, ainda em dezembro do ano passado, do impeachment do Presidente D. Trump na Câmara, mas que ainda falta passar pelo Senado. Mesmo tendo maioria no Senado para barrar o processo (são 53 republicanos, 45 democratas e 2 senadores independentes), o fato é que há um desgaste político, mas com pouco potencial destruidor. Talvez o acordo com a China e a continuidade dos números positivos na economia até resulte em efeito positivo para a campanha de reeleição do Presidente. Mas fica o alerta do tom de como será a política nos EUA durante o ano. Ainda é cedo para abordar os efeitos negativos do recente conflito no Oriente Médio mas, certamente, uma escalada pode impulsionar o preço do petróleo e atrapalhar planos de crescimento para esse ano. Por fim, e não menos importante, e o qual considero o evento mais problemático para o Brasil nesse momento, foi a eleição presidencial na Argentina e consequente aprovação do pacote de medidas econômicas denominado de LSRP – “Lei de Solidariedade e Reativação Produtiva“. O nome bonito (sempre usado em planos heterodoxos) esconde uma série de medidas com enorme poder de desestruturar a economia daquele país ainda em 2020. É uma combinação de diversas medidas antagônicas no qual descrevo a seguir com seu possível efeito: i) elevação de impostos para exportadores de produtos primários (exatamente o ponto mais importante para a atividade no país) e deve atingir itens como milho, trigo, soja, carne e demais grãos – deve limitar a oferta de produtos e gerar inflação e menor arrecadação em uma repetição do ocorrido no Governo Kirchner no início dos anos 2000; ii) mais tributos sobre as grandes empresas e riquezas, inclusive dobrando a alíquota da “CPMF hermana” – deve incentivar a informalidade e reduzir os investimentos; iii) controle de capital via imposição de alíquotas sobre compras de produtos no exterior e limitando a compra de dólares – vai criar o efeito substituição da moeda local pelo dólar no “mercado negro” e muitas transações irão ocorrer com moeda física; iv) exigência de repatriação de recursos obtidos com as exportações – reduz exportações de valor agregado, com as empresas fazendo operações em outros países gerando, na verdade, o efeito inverso; v) interferência no mercado de trabalho com medidas punitivas para demissões, criação de subsídios e elevação de salários e de aposentadorias – aumenta a informalidade e reduz o incentivo a contratações, penalizando segmentos que não conseguem se proteger como a indústria; vi) congelamento de tarifas de serviços públicos e ações para conter reajuste de preços inclusive no setor privado – vimos esse filme no Brasil, inclusive, entre 2010-2016 e o resultado é bem conhecido; vii) Financiamento monetário do Governo, por parte do Banco Central e renegociação de dívida – a emissão monetária vai impulsionar a inflação e reduzir a confiança no Governo, com aumento de prêmio de risco. Como pode ser visto, o repertório de erros é extenso. O resultado, a história econômica nos conta: teremos aumento da inflação, redução dos investimentos, aumento do desemprego e muita informalidade com destaque para a perda de confiança na moeda local. Em resumo: não tem como dar certo. O principal problema da Argentina é a excessiva interferência do Estado na Economia em praticamente todas as áreas com Governos deficitários e a solução passa, necessariamente, por colocar uma “camisa de força” no Estado, mas o que se vê é o contrário. Teremos que mudar o ditado para: “errar uma vez é humano, duas vezes é
Vokin GBV Aconcágua
Comentários dos Gestores
Em dezembro o Vokin GBV Aconcágua fechou com resultado de 16,53%, enquanto o Ibovespa fechou com 6,85%. No ano, o fundo fechou com excelente resultado de 54,09%, enquanto o Ibovespa fechou com 31,58%.
O último mês do ano reforçou os números positivos para eco-nomia global, seguindo a tendência de outubro e novembro. Dados de emprego, salários, expectativas de gerentes de com-pras e lucros industriais vieram melhores que o esperado nas principais economias globais. Outro fato importante foi a vitó-ria do partido conservador de Boris Johnson para o parlamen-to britânico, que deve destravar o Brexit. No entanto, o que mais animou os mercados foi o anúncio da fase 1 do acordo comercial entre EUA e China, que será assinado em janeiro e deverá reduzir algumas tarifas e impulsionar as compras chine-sas de produtos agrícolas, energia e manufaturados norte-americanos, além de abordar algumas questões sobre proprie-dade intelectual. O Brasil teve influência desses fatores positi-vos e também mostrou dados muito bons, com o PIB do 3º trimestre acima do esperado, dados de emprego melhores que a expectativa, redução da taxa de juros para 4,5% e aumento relevante nas vendas de Natal.
O bom momento teve reflexo nas ações das nossas empresas e várias delas subiram de forma relevante nesse mês, sendo que 8 das 14 que compuseram o fundo em dezembro tiveram alta superior a 19%. Mesmo com a valorização, ainda enxerga-mos opções com potencial de retorno e estamos otimistas com 2020.
A Grazziotin, uma das empresas que contribuiu com a perfor-mance do mês de dezembro, é uma companhia que conhece-mos muito bem e temos em nossa a carteira há mais de 4 anos. Gostamos do negócio por ter margens muito boas e excelente retorno sobre o capital investido no varejo, próximo a 20% se considerarmos que uma parte dos resultados financeiros da empresa são relacionados à operação. O varejo de vestuário é o carro chefe, e a loja Por Menos é a mais importante das qua-tro marcas. Ela está espalhada por muitas cidades do interior gaúcho, catarinense e paranaense, em sua maioria municípios pequenos e que tem baixa concorrência, conferindo a Grazzio-tin uma boa vantagem competitiva. A proposta de valor é o preço baixo e boas condições de pagamento, conferindo ao cliente o parcelamento sem acréscimo através do cartão da loja, também um diferencial importante nas cidades menores. Acredita-mos que a retomada do crescimento econômico no Brasil, puxada pelo investimento e consumo das famílias, deve beneficiar a em-presa, uma das poucas opções no varejo que parece não ter refleti-do de forma integral essa melhora nas expectativas.
Acreditamos que o Brasil tem um potencial enorme para o próximo ano. O mundo parece estar com vento favorável novamente, então se continuarmos fazendo o dever de casa, com o avanço das refor-mas tributária, administrativa, autonomia do BC e privatizações, temos tudo para ter um ótimo 2020.
Vokin K2 Long Biased FIA
Comentários dos Gestores
Em dezembro, estes foram os principais fatos ou comunica-dos ao mercado das empresas dos Fundos:
PÃO DE AÇÚCAR: comunicou ao mercado que não tinha conhecimento das irregularidades contábeis apontadas na investigação da Via Varejo, visto que as demonstrações fi-nanceiras eram uniformemente aprovadas pelos órgãos de controle/administrativo auxiliares e pelos auditores inde-pendentes. O impacto estimado nos resultados da Via Vare-jo é de R$ 1,05 bilhão a R$ 1,2 bilhão. O Pão de Açúcar, que era controlador da companhia, vendeu sua participação na empresa em junho deste ano.
DIAS BRANCO: realizou Assembleia Geral Extraordiná-ria no dia 27 aprovando a incorporação da subsidiária inte-gral Piraquê S.A, extinguindo as ações da subsidiária e a su-cedendo em todos seus direitos e obrigações. A Piraquê foi adquirida em 2018 pela M. Dias, com o objetivo de acelerar o crescimento nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, e incluir em seu portfólio produtos com alto valor agregado.
AES TIETÊ: firmou um Acordo de Compra e Venda de Energia com a Anglo American Níquel Brasil para o forneci-mento de 79 MW médios pelo prazo de 15 anos. O investi-mento total estimado é de R$ 670 milhões (R$ 4,00/MW), com uma capacidade instalada de 167,4MW e a entrega está prevista para ser realizada a partir de 2022. O parque per-tence ao Complexo Eólico Tucano, cuja capacidade total é de 600 MW de geração de energia eólica
BRADESPAR: divulgou que foi proferida sentença favo-rável à Companhia no caso em que a Litel (holding que reúne fundos de pensão como Previ, Funcef e Petros na Vale) co-bra o montante de R$ 1,4 bilhão pagos pela holding à Elé-tron, correspondendo a 50% da liquidação de sentença arbi-tral em litígio envolvendo a Bradespar/Litel x Elétron. A mesma sentença julgou parcialmente procedente a recon-venção apresentada pela Bradespar contra a Litel, determi-nando o pagamento da Litel à Companhia no montante de R$ 470 milhões. Este evento foi favorável à Companhia.
CELESC: aprovou seu orçamento de investimentos (CAPEX) para o exercício de 2020, no valor total de R$ 833,78 milhões, aumento de 40% em relação ao orçamento de 2019, que era de R$ 595,3 milhões. 90% dos investimentos serão aplicados na Celesc Distribuição, 8% na Celesc Geração e 2% na Controladora, com finalidade de serem in-vestidos em novos negócios.
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