Carta 174Julho 2019
Comentário do gestor
Prezados Coinvestidores,
Tivemos ótimos resultados em julho, melhorando ainda mais os bons resultados do ano de 2019!
Nossos Fundos de Ações Vokin GBV Aconcágua e Vokin K2 renderam +6,29% e +3,79% no mês, quando oIbovespa rendeu +0,83%. No ano, nossos fundos sobem +28,02% e +22,84% até o final de julho. No mesmo período, o Ibovespa sobe +15,84%.
A inflação acumulada até 15 de julho (IPCA-15), está em 2,42% – e deve terminar 2019 dentro da meta do Banco Central – abaixo 4,25%. A meta de inflação do Banco Central para 2020 é de 4%, para 2021 é de 3,75% e para 2022 é de 3,5%.
Em 10 de julho, a Câmara dos Deputados aprovou, em primeira instância, por 379 x 131 votos, a Reforma da Previdência, prevendo uma economia de R$ 933,5 bilhões (estimativa) em dez anos. O texto deve ir para plenário para aprovação em segundo turno nesta semana e, depois, deve ira para o Senado Federal, onde a aprovação deve ser mais tranquila. Ainda existe a tentativa de incluir Estados e Municípios na Reforma, mesmo que numa Reforma paralela.
Como mencionamos na Carta do mês passado, acreditávamos na aprovação da Reforma da Previdência e que isto abriria caminho para novos cortes na taxa básica de juros brasileira.
Em 31 de julho, o Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil decidiu, por unanimidade, pela redução da taxa básica de juros de 6,5% para 6% ao ano, chegando ao menor patamar histórico.
Qual o impacto disto na aplicação dos brasileiros?
Total! Os investimentos em Poupança, CDBs, Títulos de Renda Fixa e Fundos de Renda Fixa são diretamente afetados pelo corte de juros porque seus rendimentos são atrelados ao juro básico da economia. Quando cai a taxa básica de juros, todos os investimentos em renda fixa passam a render menos.
Este cenário nos deixa muito otimistas para os fundos GBV Aconcágua e K2.
Juros mais baixos fazem com que o dinheiro tenha que ser posto para trabalhar e é altamente provável que muitos investidores que estavam acostumados com altas taxas de juros em renda fixa tenham que mexer em suas carteiras em busca de um rendimento melhor.
Ao mesmo tempo em que o cenário interno é muito favorável pela queda de juros, liberação do FGTS dos trabalhadores, privatizações e outras reformas que virão no segundo semestre, o cenário internacional está exigindo uma atenção redobrada neste momento.
Após o Banco Central Americano (FED) também ter cortado a taxa básica de juros em 0,25% na semana passada, sob o argumento de que a guerra comercial pode levar a uma desaceleração na economia mundial, o presidente Donald Trump, também para pressionar o FED a novos cortes de juros, anunciou tarifas de 10% sobre mais U$300 bilhões de importações chinesas a partir de setembro, acirrando a guerra comercial entre os dois países de maior representatividade na economia global. Com isto, a semana passada foi a pior semana do ano para as bolsas internacionais e, hoje, as bolsas seguem reagindo negativamente, após o anúncio de que a China pediu que as empresas chinesas parem de importar produtos agrícolas dos Estados Unidos, aumentando a tensão comercial entre os dois países.
Seguimos confiantes e cautelosos! Confiantes em nosso processo de tomada de decisões e de que o momento é favorável para aumento da alocação em Renda Variável no Brasil, e cautelosos em relação aos riscos de um desaquecimento da economia mundial.
Desde janeiro de 2016, quando mudamos nosso processo, estamos com resultados bem consistentes, ampliando o número de empresas analisadas e gerando resultados superiores ao Ibovespa.
Desempenho passado não garante desempenho futuro, mas manteremos a disciplina e trabalho em nosso processo e decisões colegiadas, cuidando do dinheiro de todos os cotistas que está juntamente com o nosso.
Muito obrigado pela confiança e por estarem junto conosco!
Economia
Gato escaldado tem medo de água fria A última reunião do FOMC – Comitê de Política Monetária nos EUA – decidiu por fazer o primeiro corte nos juros desde a reunião de 16 de dezembro de 2008, reduzindo a taxa do intervalo 2,25 – 2,50% para 2-2,25%. Tal movimento, somado ao anúncio da última quinta feira, de alíquotas de importação sobre produtos chineses que totalizam US$ 300 bilhões, acabou gerando bastante ruído no mercado de capitais. Afinal de contas, era preciso reduzir os juros? A economia americana está se dirigindo para uma recessão? A imposição de alíquotas vai derrubar o crescimento mundial? Essas perguntas não devem ser respondidas olhando apenas para a economia americana. Se assim fosse, os indícios seriam no sentido de manter os juros no atual patamar. Isso porque a taxa de desemprego segue nas mínimas históricas (3,7%), a inflação segue estável em qualquer das medidas que se queira avaliar: i) 1,6% para o CPI – Consumer Prices Index; ii) 2,1% para o CPI – Core, que retira as influências de produtos que oscilam muito no curto prazo como alimentos e combustíveis; iii) 1,4% para o PCE – Personal Consumer Expenditure Index, que está associado a um comportamento dos preços mais amplo que o CPI e possui pesos diferentes. E o PIB não decepcionou. O que vimos em muitas notícias foi que a economia americana poderia estar patinando por conta da Guerra Comercial, como revelaria o resultado de 2,1% (anualizado) do segundo trimestre sobre o primeiro. Essa seria a real impressão se olharmos o número fechado. Mas, quando abrimos os dados, vemos que o cenário é bem diferente. Dois componentes do PIB contribuíram para essa queda: i) investimentos; ii) Setor Externo. O primeiro por conta da queda dos investimentos em infraestrutura relacionada a “galpões e atividades de comércio”. Um processo que é esperado que ocorra também em outros países na medida em que os consumidores começarem a migrar seu comportamento de visita a lojas para visitas e compras em sites. O famoso e-commerce já faz vítimas há anos e, agora, parece ter se intensificado. Basta olhar que, em um horizonte de 1, 3, 6 ou 12 meses, todos os segmentos produtivos nos EUA geram emprego, menos o comércio, principalmente de eletrônicos, roupas e departamentos. No caso do componente externo no PIB, vale esclarecer que, por conceito, as exportações somam ao passo que as importações diminuem o PIB. Não porque as importações são ruins para a economia, mas porque esses valores já estão computados no consumo das famílias. Pois bem, no segundo trimestre o setor externo foi responsável por -0,65 ponto percentual do PIB, com -0,63 devido à queda das exportações. Olhando esse número isolado, teremos a sensação que a Guerra Comercial já está fazendo suas vítimas. Mas a verdade é que o segmento que teve queda nas exportações foi de bens de capital, os demais, como intermediários e bens de consumo, cresceram. E dentro de bens de capital podemos ver quem puxou as exportações para baixo: “aviões civis”. Não precisa muito para descobrir que o responsável pela queda no PIB foi a queda de 54% na comercialização de aviões pela Boeing, em decorrência de problemas com acidentes. Para se ter uma ideia da magnitude desse impacto, a empresa reportou que, no segundo trimestre, faturou US$ 15,7 bilhões contra US$ 24,2 bilhões no primeiro trimestre, uma queda histórica de 35%. Sendo assim, não fosse um problema isolado, as exportações não teriam sido negativas e o PIB poderia ter crescido 2,73% ao invés de 2,1%. Para completar essa análise, chamo atenção para o comportamento do consumo das famílias nos EUA. Já são 38 trimestres consecutivos de alta e a última foi de 4,3%. Se abrirmos os números, veremos que ali dentro o consumo de bens duráveis cresceu 12,9% no segundo trimestre, o maior resultado desde o segundo trimestre de 2014. Pois bem, se as alíquotas estivessem causando algum problema para a economia americana, não veríamos um consumo de bens das famílias com tamanha robustez. O Banco Central Americano pode estar vendo algo que todos nós corremos o risco de negligenciar. Na minha opinião, há ao menos dois fatores de risco no cenário prospectivo: i) a desaceleração da economia Chinesa, onde os efeitos negativos das tarifas já fazem algum efeito; ii) a economia da Alemanha, que representa o motor da Europa. Nessa semana que passou já foi possível identificar um movimento de correção da taxa de câmbio na China, em um sinal que talvez essa seja uma das ações que o Governo vá fazer para conter o estrago das tarifas americanas sobre a economia. Por outro lado, na Europa, já vimos o movimento do Banco Central de manter os juros em 0% e com possibilidade de aumentar a emissão monetária. As distorções que esses movimentos estão produzindo no mundo (corte de juros nos EUA, juro real negativo na Europa e depreciação cambial na China) podem potencializar os efeitos negativos de uma próxima crise. Tudo em nome do temor de uma desaceleração e correção cíclica da economia. Seria o famoso: “gato escaldado tem medo de água fria”.
Vokin GBV Aconcágua
Comentários dos Gestores
No mês de julho o Vokin GBV Aconcágua fechou com valorização de 6,29%, enquanto o Ibovespa teve alta de 0,84%. O início do mês começou com alta da bolsa após ritmo acelerado da reforma da previdência. No dia 10/07, houve a votação da reforma, que foi aprovada com o amplo número de 379 votos (folga de 71) em primeiro turno. Os destaques, na sequência, não desidrataram muito a proposta, mantendo-se uma economia de 900- 950 bi, no topo do que o mercado esperava. A quebra da expectativa de que o 2° turno fosse votado antes do recesso levou a uma leve correção nos ativos. No final do mês, o governo ainda anunciou a liberação de recursos do FGTS (até R$500 por conta), que injetará cerca de R$30 bilhões este ano e mais R$12 bilhões no ano que vem, com o intuito de acelerar a retomada da economia. No dia 31/07, os Bancos Centrais americano e brasileiro baixaram seus juros em 0,25% e 0,5% respectivamente, seguindo a tendência mundial. O mercado reagiu muito bem à decisão brasileira, mas não tão bem à americana, pois deram sinalização que de o ciclo de cortes talvez seja curto. Nesse contexto, tivemos um mês excelente, com a valorização de diversas de nossas empresas e destaque para a Via Varejo, da qual falamos bastante na carta do mês anterior, e que o mercado passou a precificar melhor. O resultado positivo do fundo, em nossa visão, é consequência da análise minuciosa das empresas que compramos e do processo estruturado que adotamos nas análises e decisões. Nos últimos dois meses, montamos uma nova posição, a SLC, – grande produtora agrícola brasileira – uma empresa que admiramos e que já havia feito parte de nosso portfólio, porém que, pela forte valorização que teve entre 2017 e 2018, acabamos vendendo. Com a queda de mais de 50% desde seu pico, ficamos confortáveis em entrar novamente. Acreditamos que a mudança estratégica da empresa, que parou de adquirir terras e passou a focar seu crescimento em arrendamentos, aliado a um aumento de áreas cultivadas por abertura de mais de 40 mil hectares em terras existentes, fará com que seu crescimento ocorra com aumento do retorno sobre o capital investido, fórmula perfeita para a criação de valor. Extrair mais do que se tem será possível, em nossa visão, e isso tornará as vantagens competitivas da SLC mais claras, principalmente a escala e a execução. O preço das commodities e o clima são riscos, mas que tem médias que respeitam certo padrão no longo prazo, não devendo ser perpetuadas a cada mudança de cenário, como muito vezes o mercado faz, exacerbando as oscilações do preço das ações dessa empresa. Em agosto, o mercado ainda estará atento à reforma da previdência, porém o mais difícil – o primeiro turno na câmara – ficou para trás. Daqui em diante, novas reformas, como a tributária, e mais medidas microeconômicas para reaquecer a economia devem dar o tom pois, com a perspectiva de ajuste nas contas públicas endereçada, o foco passará a ser crescimento econômico. Os pontos de atenção ficarão por conta da guerra comercial e de uma possível desaceleração da economia global.
Vokin K2 Long Biased FIA
Comentários dos Gestores
Em julho, estes foram os principais fatos ou comunicados ao mercado das empresas dos Fundos:
CELESC: apresentou crescimento de 2,6% no consumo de ener-gia elétrica dentro de sua área de concessão quando comparado ao semestre anterior. O crescimento é explicado pela composição entre uma queda de 0,1% no mercado cativo de energia e um au-mento de 7,5% dos consumidores livres.
VIA VAREJO: contratou Helisson Lemos para o cargo de Chief Digital Officer (CDO), sendo responsável por acelerar e consolidar a transformação digital da Companhia, liderando as áreas de TI e Recursos Humanos. Helisson trabalhou durante 17 anos no Merca-do Livre, sendo os últimos sete na função de presidente.
TECNISA: realizou um aumento de capital de R$ 445,5 milhões ao preço de R$ 1,10 por ação. O capital social passou de R$ 1,4 bilhão, dividido em 331,2 milhões de ações ordinárias, todas nomi-nativas, escriturais e sem valor nominal, para R$ 1,8 bilhão, dividi-do em 736,2 milhões de ações ordinárias, todas nominativas, escriturais e sem valor nominal. O aumento de capital levou a Standard & Poor’s a elevar seu rating corporativo de brA para brAA-, com perspectiva positiva.
PÃO DE AÇÚCAR: avançou em seu plano de reestruturação e simplificação de suas operações na América Latina. O GPA realiza-rá uma oferta pública pela totalidade de ações da colombiana Éxito ao preço de 18.000 pesos colombianos por ação. O Casino irá adquirir a participação indireta do Éxito no GPA ao preço de R$ 109 por ação. Por último, o GPA migrará para o Novo Mercado considerando uma conversão de PN em ON de 1:1.
KLABIN: celebrou o acordo para uma associação com uma Tim-ber Investment Management Organization (TIMO), para a exploração da atividade florestal no Paraná. A contribuição da Klabin se dará através do aporte de 8 mil hectares de florestas plantadas, equivalentes a R$ 114 milhões. A TIMO, por sua vez, contribuirá com até R$ 325 milhões. Os recursos financiarão a aquisição de outros 9 mil hectares de efetivo plantio, investimentos na formação de florestas e capital de giro.
FRAS-LE: divulgou que a receita líquida consolidada da Companhia, no mês de junho de 2019, atingiu R$ 111,7 milhões ou 9,2%
Invista Conosco
Consulte seu assessor e invista nos fundos da Vokin